Nas crônicas de Rosa Bertoldi há um tanto de anarquia, do tropicalismo de Caetano, de Zé Celso, de literatura beatnik, do desconforto com um mundo fora da ordem, da vontade de mudar, de doçura, de pós-modernidade, de brincadeira saudável e nas entrelinhas uma dureza quase imperceptível. Uma mulher difícil de agradar, diriam alguns. Ou uma mulher interessante diriam tantos outros. A autora além de uma incógnita, é uma leitura delicada e altamente divertida.
"Disse para eu parar com a brincadeira. Pensei quanto mais me esforço para ser uma pessoa normal, ele parece estar ficando louco. Maluco beleza, como na música do Raul. Controlando meu bom senso para entender a maluquice do sujeito perguntei: Como assim? Ele respondeu calmamente: você nunca ouviu falar no incidente provocado com o avião U2, em 1960? Não. Eu juro que nunca ouvi falar. Teria eu esquecido algo — supostamente — tão importante? Bento começou a descrever o ocorrido durante a guerra fria."
"Disse para eu parar com a brincadeira. Pensei quanto mais me esforço para ser uma pessoa normal, ele parece estar ficando louco. Maluco beleza, como na música do Raul. Controlando meu bom senso para entender a maluquice do sujeito perguntei: Como assim? Ele respondeu calmamente: você nunca ouviu falar no incidente provocado com o avião U2, em 1960? Não. Eu juro que nunca ouvi falar. Teria eu esquecido algo — supostamente — tão importante? Bento começou a descrever o ocorrido durante a guerra fria."