SONS E FORMAS

Eram os anos 70. Estava eu lá, uma pequena criança com a sua mente inundada de imaginação, e um mundo imenso a ser explorado. Fugia para dentro da mente quando as portas se fechavam, por causa dos exageros da última aventura. Fugia também quando o castigo se mostrava injusto; mesmo correndo o risco de ter marcas pelo corpo, ainda assim preferia ter marcas na lembrança. Muito tempo se passou e o gosto pela descoberta ainda é o mesmo, com a mesma intensidade. Passei os últimos anos registrando em prosa e verso muitas das aventuras que julguei dignas de receber a eternidade do papel. Hoje, depois de sonhar muito e querer esse filhote literário com muito amor, estou aqui, a ver seus membros formados, sua alma delineada, à espera de olhos ávidos que venham transformar o seu destino em novas letras e novas histórias. Espero que esse livro encontre infinitas crianças pelo caminho. Gente que cresce à medida que se encontra magicamente transformada pela infância que não os abandona, por ser viciada na alegria de viver.