Faz escuro mas eu canto, livro de poemas de Thiago de Mello publicado em 1965, é sempre lembrado por seu autor como seu livro mais querido. Quem conhece Thiago ou já teve a oportunidade vê-lo falar, percebe logo de pronto como sua postura generosa no que diz respeito a tudo que a vida lhe proporciona marca a vivacidade das imagens e sentimentos evocados em seus poemas. Com a instalação da ditadura militar no Brasil em 1964, os ventos para Thiago não foram nada favoráveis. Na ocasião em que esteve preso, deparou-se com um de seus versos escritos na cela: "Faz escuro mas eu canto/ Porque a manhã vai chegar". Era o sinal de que sua luta incessante pelo respeito à vida humana encontrava eco e precisava ser levada adiante. A presente edição de Faz escuro mas eu canto traz carinhoso depoimento de Pablo Neruda, de quem o poeta se tornaria amigo e com quem compartilharia momentos de alegria e de tensão durante o período em que esteve exilado no Chile. Escritos em um momento em que o Brasil atravessava tempos sombrios, os poemas do livro são tingidos por um sopro renovador que encanta e acalenta o coração inquieto da humanidade.
Faz escuro mas eu canto
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