Poemas malditos, gozosos e devotos
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Quase sempre assassino. É Deus.
Abre teus olhos, meu Deus, Come de mim a tua fome. Abre a tua boca. E grita este nome meu.
Me deste vida e morte. Não te dói o peito? Eu preferia A grande noite negra A esta luz irracional da Vida.
E buscas A quem nunca te procura.
Então me deito sobre as roseiras. Hei de saber o amor à tua maneira. Me queimo em sonhos, tocando estrelas.
Teu vício de palavras. Teu silêncio de facas. As nuas molduras De tua alma.
Pés burilados Fino formão Dedo alongado agarrando homens Galáxias. Corpo de homem? Não sei. Cuidado.
XV Desenho um touro na seda. Olhos de um ocre espelhado O pelo negro, faustoso Seduzo meu Deus montado Sobre este touro. Desenhas Deus? Desenho o Nada Sobre este grande costado. Um rio de cobre deságua Sobre essas patas. Uma mulher tem nas mãos Uma bacia de águas Buscando matar a sede Daquele divino Nada. O touro e a mulher sou eu. Tu és, meu Deus, A Vida não desenhada Da minha sede de céus.
XV Desenho um touro na seda. Olhos de um ocre espelhado O pelo negro, faustoso Seduzo meu Deus montado Sobre este touro. Desenhas Deus? Desenho o Nada Sobre este grande costado. Um rio de cobre deságua Sobre essas patas. Uma mulher tem nas mãos Uma bacia de águas Buscando matar a sede Daquele divino Nada. O
XIX Teus passos somem Onde começam as armadilhas. Curvo-me sobre a treva que me espia. Ninguém ali. Nem humanos, nem feras. De escuro e terra tua moradia? Pegadas finas Feitas a fogo e a espinho. Teu passo queima se me aproximo. Então me deito sobre as roseiras. Hei de saber o amor à tua maneira. Me queimo em sonhos, tocando estrelas.
Move-te. Tua aliança com os homens Teu atar-se comigo Tem muito de quebra e dessemelhança. Muitos de nós agonizam. A Terra toda. Há de ser quase Brinquedo adivinhares Onde reside o pó, onde reside o medo. Não te demores.