"Em Praça de Londres reúnem-se 5 contos de Lídia Jorge. Além do conto que dá o título à recolha, dela ainda fazem parte «Rue du Rhône», «Branca de Neve» e «Viagem para Dois», narrativas já antes publicadas. O último conto, «Perfume», é um inédito que a autora dedica ao realizador turco Yilmaz Güney, autor do filme Yol.Trata-se de uma espécie de réplica à história de amor que esse filme narra, transplantada para uma outra geografia humana. Praça de Londres tem como subtítulo Cinco contos situados por se tratar de narrativas inscritas em espaços urbanos reconhecíveis e por invocar instantes de vida marcantes, colhidos do quotidiano normal. De um modo geral, o tom destas cinco narrativas oscila entre o intimista e o irónico. A questão da inocência e da perda é um dos temas que lhes dá unidade. «Diz uma velha canção que no fundo de uma garrafa se encontra a vida de um homem, e por certo que assim acontece desde que se inventou a fermentação do malte. Mas no meu caso basta-me um só copo girando no fundo da mão, duas boas pedras de gelo e a noite a cair sobre o lobby vulgar de um hotel, para começar a lembrar-me daquele dia em que uns certos amigos do meu pai entraram em nossa casa brandindo uma garrafeira completa, criaram um alvoroço em nome de alguma coisa que tinha a ver com vingança, e só depois dessa enorme desordem partiram entoando a canção do esquecimento como se estivessem perdidos de bêbados. E no entanto, não precisavam de ter vindo gerar aquele entretenimento forçado para compreendermos a situação em que nos encontrávamos. Por que precisaríamos? "
Praça de Londres
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