«Em tempos da minha mocidade costumava visitar a miúdo uma boa velha, minha vizinha, que me honrava com a sua estima e amizade. Humildemente confesso que não há sociedade mais deleitosa e agradável do que a de uma mulher que soube envelhecer. A sua conversação instrutiva e divertida é um inesgotável tesouro de lembranças, anedotas, observações chistosas e reflexões circunspectas, é finalmente uma revista do passado.
D. Mafalda, deixem-me assim chamar-lhe, juntava à amenidade da conversa, a do caracter, que era brando e indulgente.
Quando tinha ocasião de ir passar uma noite com ela, parecia-me que as horas voavam ligeiras e que corriam mais rápidas, do que quando as gastava a distribuir finezas e galanteios às mais formosas rainhas dos mais brilhantes salões. Era sempre com vivo pesar que a via apontar para o relógio, indicando-me que a hora de me retirar tinha chegado, e voltava a minha casa com o espirito mais rico, e o coração satisfeito e melhor.»
D. Mafalda, deixem-me assim chamar-lhe, juntava à amenidade da conversa, a do caracter, que era brando e indulgente.
Quando tinha ocasião de ir passar uma noite com ela, parecia-me que as horas voavam ligeiras e que corriam mais rápidas, do que quando as gastava a distribuir finezas e galanteios às mais formosas rainhas dos mais brilhantes salões. Era sempre com vivo pesar que a via apontar para o relógio, indicando-me que a hora de me retirar tinha chegado, e voltava a minha casa com o espirito mais rico, e o coração satisfeito e melhor.»