Um pedaço de uma cidade, que aos poucos se mostra familiar, é agora uma ilha flutuante que vaga pelo oceano. Cercados de água por todos os lados, seus habitantes crêem que são os últimos seres humanos na face da Terra, sobreviventes de uma hecatombe mundial que fez com que o resto da superfície do planeta fosse parar no fundo do mar. Da época pré-cataclismo, restaram uma velha olaria, parte de uma fábrica de tecido, algumas ruas e um mosteiro, com uma biblioteca recheada de livros.
Para o monge franciscano que narra essa história, a biblioteca, embora modesta, é todo um universo a ser desbravado em busca de respostas ? ou apenas de pequenas fugas. Da janela da torre onde se enclausurou, o velho religioso observa e descreve o que acontece depois que uma garrafa contendo um estranho mapa é encontrada na praia. A partir daí, moradores da ilha começam a desaparecer, causando pânico entre os nativos. Logo, são prédios e ruas inteiras que somem como se jamais tivessem existido.
Ambientada em um futuro indeterminado, A ilha é o terceiro romance da Trilogia do Rio de Janeiro, na qual Flávio Carneiro dialoga com diferentes gêneros literários, mostrando-se um escritor versátil, apto a navegar em todos os mares da narrativa.