"Os quatro anos que correram de 1763 a 1767 não foram por certo dos mais suaves e agradáveis para os habitantes da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, embora muito ufanos e orgulhosos devessem eles estar em conseqüência da definitiva mudança da capital do Brasil que passara da primogênita de Cabral para a bela filha de Mem de Sá, assumindo com caráter de permanência o chefe da grande colônia portuguesa da América a graduação e hierarquia de vice-rei.
Mas o primeiro vice-rei que d. José ou por ele o marquês de Pombal despachou para o Rio de Janeiro, e que governou o Brasil desde 16 de outubro de 1763 até 21 de novembro de 1767, foi d. Antônio Álvares da Cunha, conde do mesmo título, homem talvez animado de boas intenções, porém tão facilmente irritável como violento e déspota.
Não é da nossa conta o que fez o conde da Cunha em Mazagão e Angola que também governara; no Rio de Janeiro porém deixou ingrata e turva memória pelos desabrimentos e escandalosos abusos da sua administração.
É verdade que lhe podem dar como circunstância atenuante da aspereza e despotismo do seu governo as prevenções bem ou mal fundadas que trouxera contra o corpo do comércio e talvez contra toda a população da nova capital do Brasil.
E precisamente eram os naturais de Portugal habitantes da cidade os mais suspeitos ao vice-rei, que aliás estendia a todos sem exceção o rigor e as violências que, ou provinham do seu gênio, ou adotara por sistema.(...)"
Mas o primeiro vice-rei que d. José ou por ele o marquês de Pombal despachou para o Rio de Janeiro, e que governou o Brasil desde 16 de outubro de 1763 até 21 de novembro de 1767, foi d. Antônio Álvares da Cunha, conde do mesmo título, homem talvez animado de boas intenções, porém tão facilmente irritável como violento e déspota.
Não é da nossa conta o que fez o conde da Cunha em Mazagão e Angola que também governara; no Rio de Janeiro porém deixou ingrata e turva memória pelos desabrimentos e escandalosos abusos da sua administração.
É verdade que lhe podem dar como circunstância atenuante da aspereza e despotismo do seu governo as prevenções bem ou mal fundadas que trouxera contra o corpo do comércio e talvez contra toda a população da nova capital do Brasil.
E precisamente eram os naturais de Portugal habitantes da cidade os mais suspeitos ao vice-rei, que aliás estendia a todos sem exceção o rigor e as violências que, ou provinham do seu gênio, ou adotara por sistema.(...)"