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    Poesias

    Por Fernando Pessoa
    Existem 15 citações disponíveis para Poesias

    Sobre



    "Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: ?Navegar é preciso, viver não é preciso?.
    Quero pra mim o espírito desta frase, transformada a forma para a casar com o que eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
    Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo.
    Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.
    Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho na essência anímica do meu sangue o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir para a evolução da humanidade.
    É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa raça."

    Fernando Pessoa

    Uma antologia organizada por Sueli Barros Cassal, onde foram selecionados alguns dos principais poemas produzidos pelo grande poeta português em suas diversas fases e pelos seus principais heterônimos.
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    Citações de Poesias

    NÃO SOU nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

    SAUDADES, só portugueses Conseguem senti-las bem, Porque têm essa palavra Para dizer que as têm.

    Esse comboio de corda Que se chama o coração.

    Tudo é incerto e derradeiro. Tudo é disperso, nada é inteiro.

    Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena.

    A realidade Sempre é mais ou menos Do que nós queremos. Só nós somos sempre Iguais a nós-próprios.

    Pouco usamos do pouco que mal temos. A obra cansa, o ouro não é nosso.

    quem não tem, e não deseja, Homem, é igual aos deuses.

    QUER POUCO: terás tudo. Quer nada: serás livre. O mesmo amor que tenham Por nós, quer-nos, oprime-nos.

    Nada se sabe, tudo se imagina. Circunda-te de rosas, ama, bebe E cala. O mais é nada.

    PARA SER GRANDE, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive.

    Cadáveres adiados que procriam.

    Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso tenha de a perder como minha.

    VIVEM em nós inúmeros; Se penso ou sinto, ignoro Quem é que pensa ou sente. Sou somente o lugar Onde se sente ou pensa.

    Minha loucura, outros que me a tomem Com o que nela ia. Sem a loucura que é o homem Mais que a besta sadia, Cadáver adiado que procria?

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