Neste livro, conto histórias de pessoas tristes. Seja por conta de estarem diante da morte ou do abandono, os personagens deste livro não concebem a vida como espaço para exercício do estatuto da felicidade. A vida, no limite, para eles, é a negação da morte, e aí mora um paradoxo. A vida, mesmo significando a negação da morte, não passa da afirmação desta. Sem uma, não existe a outra. Sem a morte, não se questiona a vida. Sem morte, portanto, não há literatura de ficção. Estes personagens são seres perdidos num mundo que não faz a menor força para orientar seus viventes. Um mundo sem história e sem memória. Um mundo cuja única salvação é o resgate da própria memória, uma vez que a memória coletiva esfacelou-se há muito. Daí o título: Satie manda lembranças. Erik Satie como o compositor das canções líquidas, inefáveis ? afinal, este mundo seco e duro necessita sobretudo de coisas inefáveis para torná-lo mais... vivível.
Satie Manda Lembranças
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