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    Doença como metáfora / AIDS e suas metáforas

    Por Susan Sontag
    Existem 5 citações disponíveis para Doença como metáfora / AIDS e suas metáforas

    Sobre

    Diagnosticada nos anos 70 como portadora de câncer, Susan Sontag, uma das intelectuais mais influentes e polêmicas de nossa época, mergulhou no estudo da doença para compreender suas metáforas em nossa cultura. O resultado dessa reflexão é o célebre ensaio Doença como metáfora, de 1978. Uma década depois, quando o mundo assistia perplexo e desorientado ao crescimento de uma doença fatal ainda pouco compreendida - a AIDS -, as metáforas associadas à síndrome levaram Sontag a atualizar e aprofundar sua reflexão sobre o imaginário em torno das doenças. Assim nasceu, em 1988, o igualmente clássico ensaio Aids e suas metáforas. Nos dois textos, que podem ser vistos como um único estudo dividido em duas partes, o objetivo é dissipar a névoa de irracionalismo pré-científico que cerca a compreensão dessas doenças e libertar suas vítimas do peso de uma injustificável culpa.

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    Definido como

    Citações de Doença como metáfora / AIDS e suas metáforas

    Não é, em si, o ato de nomear que é pejorativo ou condenatório, mas sim o nome “câncer”. Enquanto essa enfermidade em particular for tratada como um predador invencível e maligno, e não só como uma doença, a maioria das pessoas com câncer se sentirá de fato desmoralizada ao saber que doença tem. A solução não pode estar em deixar de contar a verdade para os pacientes de câncer, mas sim retificar o conceito da doença, desmitificá-la.

    O abuso da metáfora militar talvez seja inevitável numa sociedade capitalista, uma sociedade que cada vez mais restringe o alcance e a credibilidade do apelo aos princípios éticos, que acha absurdo o indivíduo não sujeitar suas ações ao cálculo do interesse próprio e do lucro.

    Qualquer enfermidade tida como um mistério e temida de modo bastante incisivo será considerada moralmente, se não literalmente, contagiosa.

    Mas ninguém pensa em esconder a verdade de um paciente cardíaco: nada existe de vergonhoso num ataque de coração. Mentem para os pacientes de câncer não só porque a enfermidade é (ou se supõe ser) uma sentença de morte, mas porque é considerada algo obsceno — no sentido original da palavra: de mau agouro, abominável, repugnante aos sentidos.

    Os românticos inventaram a invalidez como pretexto para o ócio e para a isenção das obrigações burguesas, a fim de viver apenas para a sua arte.

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