Após um acidente fatal com o elevador utilizado para transportar bandejas de um andar a outro do Hotel Global, o fantasma da camareira Sara Wilb passa a vagar por uma cidade inglesa indefinida, tentando recordar sensações e detalhes do passado, em particular a duração exata da queda que a levara à morte. O episódio tragicômico e suas consequências costuram a narrativa com as histórias de outras quatro mulheres, que por motivos diversos transitam pelo hotel: Claire, a irmã caçula de Sara; Lise, a recepcionista; a moradora de rua Else; e Penny, redatora de um guia de hotéis.
Dando a cada capítulo uma forma particular que abarca diferentes visões de mundo, a autora mergulha no fluxo de consciência de suas protagonistas, revelando fatos que parecem surgir do próprio ato de narrar. O limite poroso entre o isolamento e a convivência é um tema onipresente que se desdobra em episódios marcantes, como aquele em que o fantasma da camareira desce ao próprio túmulo para ouvir do cadáver suas lembranças de uma vida outrora compartilhada, memórias de um tempo em que eram uma só pessoa.
A um tempo inventivo e comovente, o romance é uma meditação sobre os fios invisíveis que nos ligam, de igual forma, aos vivos e aos mortos, aos desconhecidos e às pessoas que mais amamos.
Hotel mundo foi indicado a diversos prêmios importantes no ano de seu lançamento, entre eles o Booker Prize e o Orange Prize, e foi agraciado com o Scottish Arts Council Book of the Year Award 2002.