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    Alô, chics!

    Por Gloria Kalil
    Existem 9 citações disponíveis para Alô, chics!

    Sobre

    Alô, chics! traduz os códigos de etiqueta e comportamento para a vida real, pois tem como ponto de partida as dúvidas enviadas à autora por internautas do site Chic, ouvintes da Rádio Eldorado de São Paulo e telespectadores do programa Fantástico, da Rede Globo. Comentários francos, às vezes verdadeiros puxões de orelha. Mas sempre com estilo e delicadeza. Com Gloria Kalil, a etiqueta ficou definitivamente mais chic.

    Este Alô, chics! é o quarto livro da Gloria, o quarto que tenho o privilégio de editar. Com os três primeiros foi alcançada, até aqui, a impressionante marca de mais de 300 mil exemplares vendidos. No dia do lançamento do terceiro, Chic[érrimo] (Conex, 2003), ela escreveu uma dedicatória em meu exemplar na qual me atribui a ?culpa? por se ter ?transformado numa serial chic?, exatamente o que afirmava que jamais seria quando, após o enorme sucesso dos dois primeiros ? Chic e Chic Homem ?, lhe perguntavam: ?Qual é o próximo?? Pois é. A Gloria que me desculpe, mas a culpa é dela mesma. Ou melhor, das centenas de milhares de leitores e dos milhões de ouvintes e telespectadores que a consagraram como a mais respeitada especialista brasileira em questões relacionadas a moda e estilo de um ponto de vista amplamente comportamental. Ou, se preferem, em etiqueta urbana.

    De fato, a repercussão e a receptividade dos livros da Gloria foram tão grandes que, a partir da publicação de sua terceira obra e de seu site na Web (www.chic.ig.com.br), a crescente demanda por seus conselhos (ela odeia o termo, considera-o pretensioso) abriu espaço para um programa diário na Rádio Eldorado de São Paulo e outro dominical no Fantástico, da Rede Globo.

    O tom de suas intervenções no rádio e na televisão, tanto quanto em seu site e neste Alô, chics! ? título que toma emprestado seu bordão no programa radiofônico e no site ?, leva a marca inconfundível de uma autora capaz de desenvolver enorme identificação com seus leitores, conforme já foi destacado na apresentação do último livro: ?De maneira empática e bem-humorada, jamais pontificando, oferece respostas, soluções e sugestões para pequenos e grandes problemas do cotidiano das pessoas preocupadas em viver adequadamente a contemporaneidade. Gloria Kalil faz sucesso porque sabe entender seu tempo?.

    E como! ?Ninguém é chic ? diz ela ? se não for civilizado?. Está dito tudo.

    A. P. Quartim de Moraes

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    Citações de Alô, chics!

    A palavra pânico vem de Pan, o deus grego das florestas que se divertia assustando e desorientando viajantes tocando flauta no escuro em lugares diferentes.

    Etiqueta tem tudo a ver com civilidade. A falta de educação, de cortesia, o egoísmo e a excessiva individualidade tornam a vida nas grandes cidades infernal. E a etiqueta surge como uma espécie de ética do cotidiano, capaz de regular as relações entre as pessoas, deixando a vida mais leve.

    Criança sem limites vira um adulto invasivo, egoísta e mal preparado para viver em sociedade. Um ser civilizado é aquele que fica inteiramente à vontade no mundo porque conhece suas regras, seus direitos e também o dos outros.

    Telefonemas particulares devem ser rápidos e em tom baixo. Aliás, não falem alto nunca.

    Pais e mães têm que entender que a função primordial deles é preparar as crianças para a vida, e que faz parte desse ritual dar limites.

    O escurinho do cinema não quer dizer o buraco negro onde todas as regras de civilidade desapareçam como personagens de filmes infantis ou de ficção científica. O fato de estar num ambiente fechado e com pouca luz não libera – nem para maiores nem para menores – a falta de educação e a falta de compostura!

    Por que homem não gosta de fazer compras? Por que mulher adora ir ao shopping e homem tem horror? Porque sim, oras. Porque são duas espécies diferentes. Vocês, mulheres, o que achariam do seguinte programa: pegar um ônibus cheio de mulheres, ir ao estádio, cheio de mais mulheres, para ver dois times de mulheres disputarem um jogo; e, depois da partida, sair do estádio no meio de uma multidão de mulheres e ir para as ruas encher a cara de cerveja, dançar com as mulheres e só voltar para casa, onde ficaram seus maridos e filhos, no dia seguinte, ainda bêbadas da noitada anterior? Passa pela cabeça de alguma de nós esse pavor?

    ROUPAS PARA VIAJAR Até não muito tempo atrás, as pessoas se vestiam com um pouco de cuidado para viajar – especialmente nas viagens de avião. Eu não sei o que foi acontecendo, mas não vai demorar muito para alguém aparecer de pijama no aeroporto. A informalidade foi tomando espaço e se instalou em todas as classes de um avião: da primeira até a econômica. Os aeroportos parecem grandes academias onde o que mais se vê são calças de malha, shorts de ginástica, chinelos, tênis pra lá de usados e sujos, camisetas regatas. Gente! Avião propicia uma proximidade muito grande com pessoas com as quais não temos nenhuma intimidade e que vão estar sentadas comendo, se movimentando e até mesmo dormindo do nosso lado por horas e horas. Quem quer ter como vizinho um peludo de camiseta sem mangas que passa o braço no nariz da gente cada vez que pede uma bebida? Ou uma mocinha cujo perfume causa enjôo? Ou alguém que saiu da praia direto para o avião e que deixou o banho para a volta? Ou um garoto que tira um tênis imundo ao se preparar para uma soneca ao seu lado? Viajar costuma ser uma atividade coletiva. Poucas pessoas viajam sozinhas num avião. Portanto, alguns códigos de boa vizinhança devem ser observados para que nada aperte ou incomode. Nem a vocês nem ao vizinho de assento. Um belo banho antes de partir, uma roupa cômoda, mas estilosa, fazem uma viagem mais agradável para todo mundo.

    Narciso era uma figura da mitologia grega que um dia, contemplando embevecido seu rosto refletido nas águas de um lago, achou-se tão lindo que foi descendo em direção à própria imagem para beijá-la e acabou morrendo afogado no poço da sua imensa vaidade. Por isso, chamamos de narcisistas as pessoas que vêm o mundo como espelho de si próprias, e não se interessam por ninguém ou nada a não ser que devolvam para elas o reflexo da própria imagem. Ou seja, gente que só olha o próprio umbigo. É fácil detectar essas pessoas. Elas não têm nenhum desconfiômetro, acham que são o centro do mundo e nem sonham que possam ser vistas como figuras

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