A desumanização
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Achei que a morte seria igual à imaginação, entre o encantado e o terrível, cheia de brilhos e susto, feita de ser ao acaso. Pensei que a morte era feita ao acaso.
Sobre a beleza o meu pai também explicava: só existe a beleza que se diz. Só existe a beleza se existir interlocutor. A beleza da lagoa é sempre alguém. Porque a beleza da lagoa só acontece porque a posso partilhar. Se não houver ninguém, nem a necessidade de encontrar a beleza existe nem a lagoa será bela. A beleza é sempre alguém, no sentido em que ela se concretiza apenas pela expectativa da reunião com o outro.
Aprender a solidão não é senão capacitarmo-nos do que representamos entre todos.
Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que nos acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia.
O inferno não são os outros, pequena Halla. Eles são o paraíso, porque um homem sozinho é apenas um animal. A humanidade começa nos que te rodeiam, e não exatamente em ti. Ser-se pessoa implica a tua mãe, as nossas pessoas, um desconhecido ou a sua expectativa. Sem ninguém no presente nem no futuro, o indivíduo pensa tão sem razão quanto pensam os peixes. Dura pelo engenho que tiver e perece como um atributo indiferenciado do planeta. Perece como uma coisa qualquer.
Magoávamo-nos, acreditava eu, sempre por causa da ternura. Como que a reclamá-la enquanto a perdíamos de vez.
A religião era uma forma de teimosia. As preces faziam-nos perseverar. E
O mapa de deus é infinito, é preciso que saibamos caber nele a nossa terra, e isso não se faz com abrir para aqui caminhos nem aumentar o tamanho ou o número das casas. No mapa de deus as coisas aparecem pelo admirável do engenho, a candura, a aventura da inteligência ou da intuição. Eu
Ia salvar-nos a todos daquela cruel surdez, que era igual a uma recusa de alma, um boicote à plenitude. Como
Se não escrever, ele não entende nada do mundo. Fica perdido. Fala-me
Enquanto ouvíamos o poema, eu pensava que a solidão aparente em redor estava como bicho aninhado. A solidão era uma estranha companhia. Alguns poemas falavam disso.
semelhantes por dentro dos medos e dos sonhos, o lado mais difícil de coincidir com alguém. Sorri.
A maior vulnerabilidade do humano, a contingência de não lembrar e de não ser lembrado.
Chegaria a uma felicidade aparente, infantil, uma felicidade da ignorância. Que é felicidade nenhuma. As
Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que nos acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia. Se