Inclui:
Mestre, são plácidas
Deuses desterrados
Coroai-me de rosas
O Deus Pã não morreu
Dia suave
Vem sentar-te comigo Lídia
Ao longe
Só ter flores
A palidez do dia
Não tenhas nada nas mãos
Sábio é?
As rosas
Cuidas, ínvio
Não consentem os deuses
Cada coisa a seu tempo
Da nossa semelhança com os deuses
Só esta liberdade nos concedem
Aqui, Neera, longe
Lâmpada noturna
As Ninfas
Vós que, crentes em Cristos e Marias
O mar jaz
Antes de nós
Acima da verdade
Anjos ou Deuses
Tirem-me os deuses
Bocas roxas de vinho
Ouvi contar
Prefiro rosas
Felizes
Segue o teu destino
Feliz aquele a quem a vida grata
Não a Ti, Cristo (1)
Não a Ti, Cristo (2)
Medo do destino
As ondas
Seguro assento na coluna firme
Não quero as oferendas
Ieda
Não canto a noite
Não quero recordar
A abelha
Dia após dia
Flores que colho
A flor que és
Melhor destino que o de conhecer-se
Verão
Quão breve tempo é a mais longa vida
Tão cedo passa tudo quanto passa
Prazer
Campo Lavrando
Beijo
Tuas, não minhas
Olho os campos
No ciclo eterno
Velhice
O vinho
Quanta tristeza
Frutos
Gozo sonhado é gozo
Nuvem
Atrás não torna
A nada imploram
Um corpo
Onda
O sono é bom
Fim certeiro
Nos altos ramos de árvores
Inglória é a vida
Morte
Fado
Nem da erva humilde
Quem diz ao dia
Negue-me tudo a sorte
Se recordo quem fui
Quando, Lídia, vier o nosso outono
A brisa da manhã
Doze meses
Não sei de quem recordo
O que sentimos
Quer pouco: terás tudo
Homem, é igual aos deuses
Não quero, Cloe
Não sei se é amor que tens
Nunca a alheia vontade
No mundo, só comigo
Os deuses e os Messias
Do que quero renego
Sim, sei bem
Breve o dia
Domina ou cala
Tudo, desde ermos
Ninguém
Se a cada coisa que há
Quanto faças
Rasteja mole pelos campos ermos
Azuis os montes
Lídia, ignoramos
Severo narro
Sereno aguarda
Ninguém a outro ama
Vive sem horas
Nada somos
Para ser grande
Quero ignorado
Cada dia sem gozo
Pois que nada que dure
Estás só
Aqui, neste misérrimo desterro
Colhe o dia
Súbdito inútil
Aguardo
Vivem em nós inúmeros
Ponho na altiva mente o fixo esforço
Temo, Lídia
Não queiras, Lídia
Saudoso já deste verão
Deixemos, Lídia
É tão suave a fuga deste dia
Para os deuses?
No magno diA
Quero dos deuses
Aos deuses peço
Cada um cumpre o destino que lhe cumpre
Meu gesto que destrói
Sob a leve tutela
Ricardo Reis, o poeta epicurista, é um dos mais conhecidos heterónimos de Fernando Pessoa que se demarca pela serenidade e a calma com que demonstra encarar a vida através dos seus poemas.
O poeta nasceu na mente de Fernando Pessoa em 1913 quando lhe veio à ideia escrever ?uns poemas de índole pagã?. Do fruto dessa inspiração surgiu Ricardo Reis, um médico com talento para a poesia, amante da literatura clássica e defensor do preceito grego do ?carpe diem? ? o conceito filosófico que proclama o viver para o momento presente, centrado sobretudo no prazer pessoal.
Mestre, são plácidas
Deuses desterrados
Coroai-me de rosas
O Deus Pã não morreu
Dia suave
Vem sentar-te comigo Lídia
Ao longe
Só ter flores
A palidez do dia
Não tenhas nada nas mãos
Sábio é?
As rosas
Cuidas, ínvio
Não consentem os deuses
Cada coisa a seu tempo
Da nossa semelhança com os deuses
Só esta liberdade nos concedem
Aqui, Neera, longe
Lâmpada noturna
As Ninfas
Vós que, crentes em Cristos e Marias
O mar jaz
Antes de nós
Acima da verdade
Anjos ou Deuses
Tirem-me os deuses
Bocas roxas de vinho
Ouvi contar
Prefiro rosas
Felizes
Segue o teu destino
Feliz aquele a quem a vida grata
Não a Ti, Cristo (1)
Não a Ti, Cristo (2)
Medo do destino
As ondas
Seguro assento na coluna firme
Não quero as oferendas
Ieda
Não canto a noite
Não quero recordar
A abelha
Dia após dia
Flores que colho
A flor que és
Melhor destino que o de conhecer-se
Verão
Quão breve tempo é a mais longa vida
Tão cedo passa tudo quanto passa
Prazer
Campo Lavrando
Beijo
Tuas, não minhas
Olho os campos
No ciclo eterno
Velhice
O vinho
Quanta tristeza
Frutos
Gozo sonhado é gozo
Nuvem
Atrás não torna
A nada imploram
Um corpo
Onda
O sono é bom
Fim certeiro
Nos altos ramos de árvores
Inglória é a vida
Morte
Fado
Nem da erva humilde
Quem diz ao dia
Negue-me tudo a sorte
Se recordo quem fui
Quando, Lídia, vier o nosso outono
A brisa da manhã
Doze meses
Não sei de quem recordo
O que sentimos
Quer pouco: terás tudo
Homem, é igual aos deuses
Não quero, Cloe
Não sei se é amor que tens
Nunca a alheia vontade
No mundo, só comigo
Os deuses e os Messias
Do que quero renego
Sim, sei bem
Breve o dia
Domina ou cala
Tudo, desde ermos
Ninguém
Se a cada coisa que há
Quanto faças
Rasteja mole pelos campos ermos
Azuis os montes
Lídia, ignoramos
Severo narro
Sereno aguarda
Ninguém a outro ama
Vive sem horas
Nada somos
Para ser grande
Quero ignorado
Cada dia sem gozo
Pois que nada que dure
Estás só
Aqui, neste misérrimo desterro
Colhe o dia
Súbdito inútil
Aguardo
Vivem em nós inúmeros
Ponho na altiva mente o fixo esforço
Temo, Lídia
Não queiras, Lídia
Saudoso já deste verão
Deixemos, Lídia
É tão suave a fuga deste dia
Para os deuses?
No magno diA
Quero dos deuses
Aos deuses peço
Cada um cumpre o destino que lhe cumpre
Meu gesto que destrói
Sob a leve tutela
Ricardo Reis, o poeta epicurista, é um dos mais conhecidos heterónimos de Fernando Pessoa que se demarca pela serenidade e a calma com que demonstra encarar a vida através dos seus poemas.
O poeta nasceu na mente de Fernando Pessoa em 1913 quando lhe veio à ideia escrever ?uns poemas de índole pagã?. Do fruto dessa inspiração surgiu Ricardo Reis, um médico com talento para a poesia, amante da literatura clássica e defensor do preceito grego do ?carpe diem? ? o conceito filosófico que proclama o viver para o momento presente, centrado sobretudo no prazer pessoal.