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    O filho de mil homens

    Por Valter Mãe
    Existem 14 citações disponíveis para O filho de mil homens

    Sobre



    Quinto romance do festejado escritor português, narra a história do pescador Crisóstomo, descrito inicialmente como ?um homem que chegou aos quarenta anos e assumiu a tristeza de não ter tido um filho?. Até que aparece em sua traineira o jovem Camilo, filho de uma anã que havia morrido no parto. Ao redor dos dois, outros personagens curiosos, estranhos ou simplesmente demasiado humanos, testemunham a invenção e construção de uma família em vinte capítulos, escritos com rara delicadeza. Mãe, ao falar de uma aldeia rural e dos sonhos anulados de quem vive nela, atravessa temas como solidão, preconceitos, vontades reprimidas, amor e compaixão.
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    Citações de O filho de mil homens

    nunca limites o amor, filho, nunca por preconceito algum limites o amor. O miúdo perguntou: porque dizes isso, pai. O pescador respondeu: porque é o único modo de também tu, um dia, te sentires o dobro do que és.

    Quando se conhece alguém, pensou o Crisóstomo, procuram-se as exuberâncias dos gestos, como para fazer exuberar o amor, mas o amor é uma pacificação com as nossas naturezas e deve conduzir ao sossego. O gesto exuberante é um gesto desesperado de quem não está em equilíbrio.

    Deve nutrir-se carinho por um sofrimento sobre o qual se soube construir a felicidade, repetiu muito seguro. Apenas isso. Nunca cultivar a dor, mas lembrá-la com respeito, por ter sido indutora de uma melhoria, por melhorar quem se é. Se assim for, não é necessário voltar atrás. A aprendizagem estará feita e o caminho livre para que a dor não se repita.

    Não adianta sonhar com o que é feito apenas de fantasia e querer aspirar ao impossível. A felicidade é a aceitação do que se é e se pode ser.

    todos nascemos filhos de mil pais e de mais mil mães, e a solidão é sobretudo a incapacidade de ver qualquer pessoa como nos pertencendo, para que nos pertença de verdade e se gere um cuidado mútuo. Como se os nossos mil pais e mais as nossas mil mães coincidissem em parte, como se fôssemos por aí irmãos, irmãos uns dos outros. Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós.

    Somos o resultado de tanta gente, de tanta história, tão grandes sonhos que vão passando de pessoa a pessoa, que nunca estaremos sós. O

    nunca limites o amor, filho, nunca por preconceito algum limites o amor. O miúdo perguntou: porque dizes isso, pai. O pescador respondeu: porque é o único modo de também tu, um dia, te sentires o dobro do que és. Amo-te muito, filho.

    Quem tem menos medo de sofrer, tem maiores possibilidades de ser feliz.

    Se era verdade que se sentia um homem só com metade de tudo, também era verdade que uma parte da sua dor ficara ali, como se de um saco se esvaziasse. A areia haveria de a fazer deslizar até ao mar e o mar lavaria tudo. Acontecia

    O sol era que mandava, a significar a vida que se punha a continuar para além até das grandes tristezas. Era

    Não adianta sonhar com o que é feito apenas de fantasia e querer aspirar ao impossível. A felicidade é a aceitação do que se é e se pode ser. Sentou-se

    O Crisóstomo respondeu que não lhe faltava nada, estava inteiro. E o rapaz pequeno disse-lhe que então ele devia passar a ser o dobro. Ser o dobro, disse. O pescador abraçou-o de encontro ao peito. Era

    Disse: eu pensava que o amor era bom. E chorou sem qualquer convulsão porque aceitou chorar. Aceitou chorar. Havia muito que não o fazia. Talvez tivesse percebido que a natureza era, toda ela, uma expressão exuberante e que manifestar os seus sentimentos seria uma participação ínfima nessa honestidade do mundo. Talvez tivesse percebido que usava de honestidade consigo mesma pela primeira vez em muitos anos. Disse: estou sozinha. E repetiu: estou sozinha. Desatou a falar como se não suportasse mais a boca fechada. Era uma mulher carregada de ausências e silêncios. Para dentro da Isaura era um sem fim e pouco do que continha lhe servia para a felicidade. Para dentro da Isaura a Isaura caía.

    À noite, sozinho diante da sua casa, o mar todo apaixonado por si, o homem que chegou aos quarenta anos sentou-se novamente diante da inteligência toda da natureza. Estava ainda de coração partido, porque falhara nos amores e os amores podiam ser tão complicados, mas havia ficado mais forte, agora.

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