Luiz Felipe Pondé, o filósofo mais polêmico do país, aponta suas armas para a mediocridade contemporânea
A era do ressentimento se caracteriza, entre outros fatores, pelo individualismo excessivo e narcisista que envolve a sociedade ocidental contemporânea. De maneira mordaz e sarcástica que lhe é característica, Pondé analisa, sob o aspecto cultural, a era do ressentimento em que vivemos, discutindo temas como beleza, erotismo, desejo e felicidade.
Além de um relato poderoso, capaz de conduzir a reflexões de impacto sobre a maneira como estamos conduzindo nossas relações, trata-se, antes de tudo, de uma obra confessional, em que o filósofo revela a agonia que sente por estar cercado de ressentidos.
?Nietzsche costumava dizer que nós sonhamos com um sol que se preocupe com o que a gente sente. E ele dizia que no final das contas, quando a gente descobre que o sol não está nem aí pra nós, que as estrelas não brilham pra nós, que o mar não existe pra que a gente nade nele, a gente entra num desespero que ele chamava de ressentimento.
O que é o ressentimento? É você achar que todos deviam te amar mais do que amam, você achar que todo mundo devia reconhecer em você grandes valores que você não tem. Do século XIX pra cá, o ressentimento piorou muito. Ele está em toda parte. Você não pode falar nada que todo mundo se ofende, se você fizer uma crítica, todo mundo toma como pessoal. Provavelmente, daqui mil anos, não vão lembrar da nossa época como a época do iPad. Vão lembrar da nossa época como a era do ressentimento. Somos uma civilização de mimados que não é capaz de escutar nenhuma crítica sem achar que é uma questão de ofensa pessoal?.
Sobre o autor: Luiz Felipe Pondé é filósofo, escritor e ensaísta. Doutor pela Universidade de São Paulo e pela Université de Paris VIII, Pondé é também autor dos livros Crítica e profecia, Contra um mundo melhor, Guia politicamente incorreto da filosofia e Filosofia da adúltera, todos publicados pela LeYa. Escreve semanalmente para a Folha de S. Paulo.
A era do ressentimento se caracteriza, entre outros fatores, pelo individualismo excessivo e narcisista que envolve a sociedade ocidental contemporânea. De maneira mordaz e sarcástica que lhe é característica, Pondé analisa, sob o aspecto cultural, a era do ressentimento em que vivemos, discutindo temas como beleza, erotismo, desejo e felicidade.
Além de um relato poderoso, capaz de conduzir a reflexões de impacto sobre a maneira como estamos conduzindo nossas relações, trata-se, antes de tudo, de uma obra confessional, em que o filósofo revela a agonia que sente por estar cercado de ressentidos.
?Nietzsche costumava dizer que nós sonhamos com um sol que se preocupe com o que a gente sente. E ele dizia que no final das contas, quando a gente descobre que o sol não está nem aí pra nós, que as estrelas não brilham pra nós, que o mar não existe pra que a gente nade nele, a gente entra num desespero que ele chamava de ressentimento.
O que é o ressentimento? É você achar que todos deviam te amar mais do que amam, você achar que todo mundo devia reconhecer em você grandes valores que você não tem. Do século XIX pra cá, o ressentimento piorou muito. Ele está em toda parte. Você não pode falar nada que todo mundo se ofende, se você fizer uma crítica, todo mundo toma como pessoal. Provavelmente, daqui mil anos, não vão lembrar da nossa época como a época do iPad. Vão lembrar da nossa época como a era do ressentimento. Somos uma civilização de mimados que não é capaz de escutar nenhuma crítica sem achar que é uma questão de ofensa pessoal?.
Sobre o autor: Luiz Felipe Pondé é filósofo, escritor e ensaísta. Doutor pela Universidade de São Paulo e pela Université de Paris VIII, Pondé é também autor dos livros Crítica e profecia, Contra um mundo melhor, Guia politicamente incorreto da filosofia e Filosofia da adúltera, todos publicados pela LeYa. Escreve semanalmente para a Folha de S. Paulo.