Em civilizações históricas, constata-se há mais de cinco mil anos concepções arcaicas ou tradicionais que não enfatizam apenas deuses, demônios, espíritos e outras entidades personificadas como responsáveis pelos acontecimentos do universo, mas destacam também padrões permanentes e regularidades embasadas na ordem universal enquanto sua substância insubstancial. Ao passo que a elite educada de cada civilização antiga tendia para as raízes metafísicas de sua cosmovisão, expressando-a através de símbolos geométricos, topográficos e outros, simultaneamente tolerava a atração da religião popular pela personificação e por um rico folclore expressando a mesma mundivisão. O estudo histórico comparativo da ideia paradigmática de ordem cósmica revela que algumas incidências comuns entre algumas culturas não se evidenciam exatamente em outras, uma vez que esta concepção manifesta-se naturalmente colorida pelas contingências de tempo e lugar que condicionam cada sociedade. A partir de uma visão isenta de uniformização ou coerência artificiais, estas incidências, por vezes díspares, por vezes harmônicas, podem ser sintetizadas em suas características essenciais. Sejam denominados de teotl, tao, artha, rta, dharma, nomos, fas, maat, me, thêmis, hokmah ou sophia, estes conceitos beneficiam-se do diálogo com a doutrina hebraica e cristã de um Logos incriado e transcendente, imanente à criação através dos logoi das criaturas, mesmo porque até finais do século XVIII os logoi ainda poderiam de certa forma serem compreendidos como análogos às Leis da Natureza. A partir do imanente, elas ainda se referiam a sua origem transcendente.
Ordem Cósmica
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