Trecos, troços e coisas: Estudos antropológicos sobre a cultura material
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A conclusão surpreendente é que os objetos são importantes não porque sejam evidentes e fisicamente restrinjam ou habilitem, mas justo o contrário. Muitas vezes, é precisamente porque nós não os vemos. Quanto menos tivermos consciência deles, mais conseguem determinar nossas expectativas, estabelecendo o cenário e assegurando o comportamento apropriado, sem se submeter a questionamentos. Eles determinam o que ocorre à medida que estamos inconscientes da capacidade que têm de fazê-lo.
A ideia central do estruturalismo era que não deveríamos encarar as entidades isoladamente: uma escrivaninha, uma mesa, uma mesa de jantar, uma mesa de cozinha. Em vez disso, deveríamos começar da relação existente entre as coisas.
Defino o antropólogo como alguém que busca demonstrar as consequências do universal para o particular e do particular para o universal mediante devoção igual à compreensão e à abrangência empáticas de ambos.
Trata-se da teoria que dará forma à ideia de que os objetos nos fazem como parte do processo pelo qual os fazemos.
Na narrativa de Bourdieu, o agente-chave que nos torna característicos de nossa própria sociedade é o treco.
Em Londres, quando duas pessoas da classe média se encontram, tendem a perguntar “E você, o que faz?”, referindo-se ao emprego. A maioria dos trinitários, porém, considera isso altamente inadequado. Trabalha-se porque é preciso ganhar dinheiro; essa é uma fonte inteiramente errada de autodefinição. Perguntar que trabalho uma pessoa exerce não diz nada significativo sobre ela. São as coisas que a pessoa escolhe livremente que devem defini-la, não as coisas que ela tem de fazer. A liberdade parece central na autoconstrução.