Seguiu apressada pela rua que subia em direção ao Horto. Àquela hora, pouca luz saía das janelas dos apartamentos e dos antigos sobrados. Sentiu uma força se aproximar, um cheiro de coisa podre no ar. Ao olhar para trás, viu um vulto negro vindo em sua direção em um galope decidido. Começou a correr, dobrou a rua ao fundo que margeia o Horto. Numa tentativa de despistar o cão, esgueirou-se por uma brecha no muro que separa o Horto da rua. Encolheu-se recostada no paredão. Tentou rezar, mas as palavras se embaralhavam. Sentiu novamente o cheiro. O cão a farejara e sua cabeça, agora transformada na cabeça chifruda de um bode negro e fedido, já apontava através da fresta no muro. Quando ele se aproximou, ela lhe ofereceu as mãos e fechou os olhos.
O SACRIFÍCIO (CRIATURAS DEMASIADAMENTE HUMANAS)
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