O caminho era íngreme e não permitia andar depressa. A mota resvalava e o Rui procurava equilibrá-la o melhor que sabia. Chegaram a um pequeno planalto, com o feno a balouçar ao sabor do vento. De longe a longe, viam-se árvores baixas deformadas. Mais ao fundo, erguia-se uma protuberância rochosa. No cimo, existia uma construção em cimento em forma de uma garrafa gigante, pintada às riscas vermelhas e brancas. Era um marco geodésico. Sentaram-se na sapata da garrafa e olharam à volta. A vista era espantosa. Via-se a aldeia onde viviam lá em baixo, com as casas e caminhos. Mais longe, o rio Cávado a dividir o vale ao meio, numa longa curva. Mais perto, mesmo junto ao monte, ficava a quinta abandonada onde tinham estado antes e, do outro lado da estrada, a Quinta do Marquês onde vivia o velho alemão. Era uma casa imponente, com as fachadas em granito, de forma quadrada, o centro aberto, com um chafariz no meio e um jardim de formas geométricas.
A Quinta do Marquês
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