Mais que a reunião de 22 histórias densas, Violeta velha e outras flores é praticamente uma antologia. O ficcionista Matheus Arcaro revela-se, na estreia em livro, um narrador maduro, e além de maduro, um narrador desconcertante. O máximo que se pode almejar da arte literária são dois tipos de emoção: a humana, tocante pela situação a envolver os protagonistas, e a estética, que se desprende de uma trama inusitada tecida em linguagem fortemente expressiva. Além de pretender ser um bom livro de contos, o que nos é oferecido é o desafio de uma nova ótica, um olhar que multiplica a beleza e as verdades de histórias inesperadas sobre todos os aspectos. Mesmo aquele mais natural: o de que sempre se quer deixar as marcas de nossa voz. A voz dos narradores nesta coletânea é multifacetada, indo além dos limites que a prosa ficcional tem oferecido. Literatura (e vida) reinventadas.
Paulo Bentancur
Paulo Bentancur