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    Insurrecto

    Por José Humberto da Silva Henriques

    Sobre

    Insurrecto
    Esse é um livro de poesia emblemático, considerado por muitos como o mais denso e compacto já publicado pelo autor. JH Henriques não faz concessões quaisquer nesse livro. Mesmo o título já desafia a percepção do leitor. As palavras são poucas, reduzidas na elaboração desses poemas colossais, apesar do reduzido de sua apresentação sobre a página.
    Prefácio: Toda a Poesia que me comove as barbatanas surge agora numa espécie de vilipêndio comido nas bordas. Todo o enredo antigo parece informar apenas a falta de comodidade da palavra ou, em última instância de uma idéia prevaricada e estorricada de modos, a tal ponto deformada, que urge na textura de uma informação sem conceito. Que essa busca foi um encontro sem facilitações, todo o tempo me repassa a mente. E não foi, sem nunca e jamais o sendo, uma facilitação ou busca, no mormente. Ocorreu apenas uma espécie de levitação de uma memória que me persigna há algum tempo. Tem vez que miro a composição e deturpo a certeza que nunca tive – aquela de que Poesia é igual a bunda de anjo, nunca se sabe a banda doce de se esbarrar. O acto de fazer prefácios, por si só, representa a especialidade do nada. Toda a conjuntura geme na véspera de uma desnecessidade. Então, por que razão há que se eu fazê-lo, a mim somente interessado? Explico o pequeno do tamanho: somente por regra de inércia e imposição descomplicada. Ou antecipação de biologia póstuma. O que dá no mesmo. E depois nunca poderão dizer que não ouvi a voz da loucura andada pelo lado de dentro. Por ser a paranóia a vigília que não me esmaga, dela relego uma parte pequena e sem obstinação – olhai o contra-senso do contra-denso – para a luminosidade de um espaço. No se dizer, a exigência de qualquer Criador é uma bobina esquisita. A realidade das coisas é somente uma peça sem importância – o que as torna fuga de rumo ou irrealidade que se pesa. A irrealidade é trânsfuga. Nela o que se pesa é somente a face ortodoxa do que não é. Portanto, nem anarquia a irrealidade pode conjecturar. O que sobra ao criador, em assim que fica o sendo, é somente a solidão e a ilusória guia ou gavinha de que alguma coisa pode ser chamada de liberdade ou de arbítrio. Toda escolha é a prioridade de poder. Com quantas solidões um criador mistifica a vida que segue? Qualquer forma de responder à questão é somente ditirambo ou escorrido de Baco. Pois que, nem se olhando de frente para a peça, pode se ver que ela é inconsútil, uma peça única e severa de modos. Não se parte e não se agita para ser usada. A solidão é uma fase de modos, é uma espécie de dignidade que ainda não foi desvelada ou dada como sujeita ao arranhão. É a parte importante de um mundo que se quer ou se requer. A solidão é um bem sem autoridade, mas todo sem obediência. É a desregrada imensidão de um estado de toda alma. Pois que dito sido, a prioridade de todo elaborado é o riso que não se ouve, a risada que não se emite e o risonho que não se vê. Uma espiritualidade sem a menor intervenção do que poderia ser Deus: é o que é a solidão. Toda espiritualidade sem a decisão do mistério ou da divindade. Somente assim é que se defuma a hora que se vive viva. Na verdade, em se frigindo os ovos, toda normalidade é uma encardida função defuncta na vida de um Criador. O que mais houver, acaso não seja espaço, é tempo que se faz em tiras. E saber o que é Poesia e aquilo que não é não passa de uma esguichada dentro de um buraco que nunca pode ser retirado do lugar. Se bem pensado, cada buraco somente existe em estado bruto em face do esburacado, da coisa que se atravessa. Nem sendo por tudo e objeto, mesmo por uma ligeira forma que ainda não foi inventada, mas calcada na ilusão do estado da matéria. Assim se poetiza. Poetisas. E tudo confabula. Entranhado é o magma de cada solidão. Nem mais me quero.
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