Pesquisando em arquivos
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Na memória “preservada” como de interesse histórico há sempre a intervenção de pessoas que fazem seleções e determinam aquilo que é (e o que não é) relevante para ser guardado, e aquilo que deve ser descartado.
Quando os pesquisadores examinam os documentos de um arquivo, esse conjunto concreto e particular de itens é o resultado final de uma longa seleção. O que “resta” em um arquivo resulta, diretamente, de pessoas que definem certos materiais — e não outros — como aqueles “que vale a pena guardar”. O documento, portanto, não preexiste ao arquivo: um determinado artefato se constitui em documento na medida em que é associado, por diferentes pessoas, a uma série de concepções de valor, memória e passado que o levam a ser preservado.
A interpretação sócio-histórica de cronologias será facilitada se o pesquisador tiver especial cuidado em procurar no arquivo datas e eventos que documentem momentos-chave da trajetória de seu “objeto” (seja ele pessoas, instituições ou movimentos sociais), como, por exemplo, a atuação em novas arenas e novos papéis institucionais, as mudanças de status dentro de uma instituição ou o círculo social e o envolvimento em situações de cooperação ou conflito dentro ou entre diferentes esferas institucionais.
Cada documento consultado é, portanto, resultante de um conjunto de intencionalidades: de quem o produziu, de quem o guardou, de quem o organizou e permitiu que fosse consultado.
A memória é seletiva e envolve uma escolha, mais ou menos consciente, entre o que deve ser esquecido e o que deve ser lembrado.