"32 DIAS EM MONTEJUNTO - diário de uma despedida" relata a emocionante história de um Professor que se vê desempregado por ter deixado passar o prazo de uma das fases do seu concurso. Não bastando isso, descobre que está gravemente doente, decidindo partilhar esse estado apenas consigo próprio. Com o início de mais um ano de trabalho da sua mulher e a rotina de deixar a filha na ama, tem total espaço para averiguar sozinho o seu verdadeiro estado de saúde. O seu Médico de Família encaminha-o logo para Lisboa, onde um Nefrologista - colega e amigo do anterior - lhe confirma o pior cenário. A partir daí, Pedro Carvalho decide, com frieza - e talvez numa atitude de puro egoísmo -, partir para a Serra de Montejunto, não querendo empreender em jornadas heróicas e infrutíferas contra a galopante enfermidade, assim como não quis que a sua família assistisse à sua progressiva alienação física, escrevendo naquela paz natural uma obra literária dedicada à sua mulher e filha. "28 de Setembro de 2011 Hoje, especialmente hoje, uma quarta-feira, dia da semana de que tanto gosto, dentro do meu normal mal-estar, não me sinto bem. Como um falcão a rondar a sua presa, sinto a morte a pairar no ar, pronta para descer até mim em voo picado, esperando apenas o momento de me apanhar o mais exposto possível. Sinto, com toda a certeza, que esta será a folha que encerrará o meu diário de aventura, a derradeira viagem que não tinha outro remédio senão ter sido realizada. Quis morrer na natureza, quis morrer no pó do pó que me fez e ao qual voltarei, ao qual todos voltaremos, independentemente daquilo que fomos, que conquistámos e ganhámos, independentemente de todos os troféus arrecadados por todas as nossas falsas e terrenas vitórias".
32 Dias em Montejunto – diário de uma despedida
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