Nesta nova obra, Frei Betto comprova seu domínio da delicada carpintaria da ficção. A arte de semear estrelas é um presente aos leitores brasileiros. Dividido em três partes ? ?Cantos?, ?Encantos? e ?Recantos? ? o livro é uma coletânea de requintada prosa poética, como se o autor fotografasse, pela ótica do inconsciente, situações-limites da condição humana.
Ali está a evocação dos últimos momentos de Walter Benjamin e da notícia da morte do ditador Augusto Pinochet; a perigosa convivência com um tigre e a inusitada mania de colecionar fechaduras e rinocerontes. Com os recursos da escrita, o autor extravasa seus sonhos oníricos e eróticos, palpitações e arrebatamentos, elegias e preces.
Num texto de refinado sabor estético, Frei Betto convida o leitor a repensar seus valores, discernir suas opções, mergulhar no mais profundo de si mesmo e abraçar, pelo lado avesso da vida, a sedutora paixão pelo Transcendente.
A arte de semear estrelas é, na opinião do poeta e crítico literário Marco Lucchesi, o mais belo livro de Frei Betto. Nele se alinhavam, como num caleidoscópio, todos os matizes da subjetividade humana: fantasias e sutilezas, sexualidade e afeto, indignações e louvores.