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    A Bacante da Boca do Lixo

    Por Yuri Vieira
    Existem 4 citações disponíveis para A Bacante da Boca do Lixo

    Sobre

    Trecho: « Bebemos, dançamos, trocamos impressões sobre as figuras que por ali circulavam, especulando sobre suas vidas. ¿Onde morariam? ¿Como ganhariam a vida? ¿Em que cidade teriam nascido? ¿Que crimes teriam praticado? ¿Que virtudes manteriam intactas? ¿Assistiriam ao Jornal Nacional? Por mais que tentássemos encontrar motivações nobres naqueles olhares altivos, gestos majestáticos, gargalhadas fátuas, o fim daquilo tudo haveria de ser a mesma solidão profunda e escura que tantas vezes também nos encontrava. Era óbvio que havia uma hierarquia oculta ali, os traficantes mais poderosos, os cafetões mais foderosos, as mulheres mais fodíveis e, logo abaixo, seus sequazes, êmulos, inimigos e fãs. Contudo, os “exploradores da noite” eram os únicos que pareciam buscar, com o olhar, algo além das aparências. Era fácil reconhecer quem estava ali tencionando simplesmente conhecer um outro mundo. Como nós mesmos. Já os seres autóctones eram pura paisagem, caças e caçadores. Ali não havia o mesmo clima descontraído do Love Story. Apesar das risadas e da dança, havia chumbo no ar. ¿Perceberiam o teatro que aquilo tudo era? ¿Teriam consciência do potencial trágico que aquele ambiente dava às histórias de suas vidas? Talvez não. Nós tampouco.» _____ OS CONTOS, CRÔNICAS E ENSAIO contidos neste livro foram escritos entre o início dos anos 1990 e o final de 2008. Alguns foram publicados em revistas da Editora Price (atual Contento, de São Paulo) ou no “Caderno Pop” do jornal O Popular (Goiânia), do qual fui colunista. Claro, os mais recentes foram publicados em sites e blogs culturais, dentre os quais destaco o Digestivo Cultural, O Expressionista, RaveOn, EletronicBrasil e O Garganta de Fogo (blog coletivo do qual fui editor). Alguns foram escritos em Brasília, outros em São Paulo, Campinas e Goiânia. Devido a essa extensão no tempo e no espaço, devo confessar que os assuntos abordados talvez pareçam variados e mutuamente impermeáveis. Mas acredito que haja uma temática subjacente a todos: a estranha sensação apocalíptica que acompanhou a virada do milênio. (Realmente conheço gente que surtou bonitinho à época.) Ademais, esses textos testemunham meu domínio paulatino do ofício de escritor, o que, em minha opinião nada imparcial, me parece o suficiente para surpreender uma unidade. Julgue por si.
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    Citações de A Bacante da Boca do Lixo

    você imagine que seu antepassado seja um santo, ele pode ter alguns podres muito bem escondidos, estando hoje num local não muito agradável. Melhor respeitá-lo e mandar bons pensamentos, e não apegar-se a ele. Um apego — que é o que resulta da adoração e do culto — é um link. Morrer é dar um salto quântico e acompanhar esse link. Quanto à adoração da natureza, vide A Nova Era e a Revolução Cultural, do filósofo Olavo de Carvalho. Resumirei assim: “Incapazes de compreender a capacidade que temos de atingir interiormente a transcendência — aquilo que está além do tempo e do espaço — algumas pessoas (a turma da ’Nova Era’) se apegam a elementos do espaço (à Terra, às águas, aos animais, aos astros, etc.) e outros (a turma da ’Revolução Cultural’) ao tempo (à História, ao destino, ao futuro paraíso terrestre, aos antepassados, etc.)”. Lembre-se do que falei sobre apego e link e estamos conversados.

    Sim, toda religião tem seus becos (não há culto sem doutrina, como querem alguns), mas os maiores culs-de-sac são esses que afirmam que não é preciso, não direi buscar, mas tender para a perfeição (moral).1 Há outros becos menores como a adoração e culto (ao invés de respeito e gratidão) à natureza e aos antepassados. Como diz a Suprema Personalidade de Deus (Krishna) no Bhagavad Gïta: “Ao morrer, aqueles que ado-ram seus antepassados irão até seus antepassados, aqueles que adoram semideuses irão até eles, mas apenas aqueles que adoram a Suprema Personalidade de Deus virão até mim”.

    E, finalmente, foi apenas em 2002 que me inteirei da Liga Brasileira Contra o Futebol, criada pelo Lima Barreto. Em suas crônicas, travou o consagrado escritor verdadeiras batalhas contra o esporte nascedouro que, se lidas hoje, por mais que um ou outro leitor possa com ele concordar, soam cômicas, quase patéticas. O fato é que, con-forme escreveu Goethe, no Fausto, “quem deseja ter razão de certo a terá com o mero fato de possuir língua”. Veja alguns trechos do Lima Barreto: “O football é uma escola de violência e brutalidade e não merece nenhuma proteção dos poderes públicos, a menos que estes nos queiram ensinar o assassinato.” (Careta, Rio, 03/06/1922) “Tudo tem um limite e o football não goza do privilégio de cousa inteligente.” (Careta, 01/07/1922)

    Comentei pois com ela sobre um escritor, acho que o Colin Wilson, que dizia ser a coisa mais fácil do mundo passar por sábio, por guru, que bastava emitir olhares enigmáticos e profundos, sorrir na hora certa, ouvir mais do que falar e dizer profundidades óbvias com um ar de quem sabe das coisas.

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