Acima de tudo, um grande poeta
A poesia de Adão Ventura, pelo menos em sua fase "negra", é relativamente simples. São raras as palavras difíceis, os versos complicados, as piruetas verbais. Quase sempre, Adão é direto e claro, e sua poesia nos atinge como um soco.
Sua dor - a do negro de hoje e a do escravo dos séculos passados - não precisa de palavras complicadas. Para dizer o que sente e o que sentiram seus pais e avós, avós que foram escravos, bastam-lhe os recursos da linguagem comum.
Por isso mesmo, por sua simplicidade, a poesia de Adão pode ser entendida por qualquer um.
Mas é uma poesia de choque, que vai direto na veia, ataca no ponto certo, expondo as feridas abertas por séculos de humilhação nas senzalas e nas casas-grandes, nas vilas e nas cidades, nos salões e nas ruas, no passado e no presente.
Alguém poderia dizer que as palavras são duras, que o poeta é amargo. De fato, as palavras são duras, pois é preciso ser duro para retratar a escravidão e o preconceito. De fato é amargo, pois não há como ser alegre quando o poeta percebe, em todas as ocasiões, a cor da pele como uma cerca de arame farpado dividindo os seres humanos.
A poesia de Adão não é só negra. É também a poesia de um dos maiores criadores brasileiros do século XX.
A poesia de Adão Ventura, pelo menos em sua fase "negra", é relativamente simples. São raras as palavras difíceis, os versos complicados, as piruetas verbais. Quase sempre, Adão é direto e claro, e sua poesia nos atinge como um soco.
Sua dor - a do negro de hoje e a do escravo dos séculos passados - não precisa de palavras complicadas. Para dizer o que sente e o que sentiram seus pais e avós, avós que foram escravos, bastam-lhe os recursos da linguagem comum.
Por isso mesmo, por sua simplicidade, a poesia de Adão pode ser entendida por qualquer um.
Mas é uma poesia de choque, que vai direto na veia, ataca no ponto certo, expondo as feridas abertas por séculos de humilhação nas senzalas e nas casas-grandes, nas vilas e nas cidades, nos salões e nas ruas, no passado e no presente.
Alguém poderia dizer que as palavras são duras, que o poeta é amargo. De fato, as palavras são duras, pois é preciso ser duro para retratar a escravidão e o preconceito. De fato é amargo, pois não há como ser alegre quando o poeta percebe, em todas as ocasiões, a cor da pele como uma cerca de arame farpado dividindo os seres humanos.
A poesia de Adão não é só negra. É também a poesia de um dos maiores criadores brasileiros do século XX.