As silenciosas raízes de uma oliveira guardam um segredo das invasões napoleónicas. Irá o progresso revelá-lo?A jovem juíza Joana Secalha fora colocada na pacata comarca de Abrantes para se redimir de um passado pouco recomendável. Não podia cometer erros e deslocou-se, ao Monte Cimeiro, para ouvir as razões pelas quais o velho Francisco Afonso não aceitara a ordem de expropriação dos terrenos, por onde passaria a moderna estrada europeia e os benefícios do progresso.Francisco Afonso respondeu-lhe com a sabedoria dos velhos: «A ideia de que o progresso é bom assenta no mesmo erro de que Deus nos salva com milagres. Milagre e progresso seriam evitar o mal!» Ela falou do futuro. Ele do passado: «O futuro é para a senhora doutora, para os engenheiros, para os generais à frente das tropas, para os missionários, para os inconscientes que se lançaram ao mar! Eu sou aquele que ficou nas praias, resmungando.»Francisco Afonso contou à juíza o segredo do passado das suas famílias, há duzentos anos debaixo das terras por onde passaria a estrada que o exporia e cujo avanço ela teria de decidir...Carlos Vale Ferraz (n. V. N. Barquinha, 1946), antigo oficial do Exército, com três comissões em África nas tropas especiais. Fez parte do movimento de jovens oficiais que em 25 de Abril de 1974 derrubaram a ditadura.Desde 1982, data do seu primeiro romance, Nó Cego, desenvolveu uma contínua atividade como escritor. A escrita direta e visível de Carlos Vale Ferraz, o gosto pela narrativa de factos históricos e de personagens de ação, levaram algumas das suas obras a serem adaptadas ao cinema e à televisão. Os Lobos Não Usam Coleira foi adaptado ao cinema por António-Pedro de Vasconcelos com o título Os Imortais e Fala-me de África foi a versão sob a forma de romance do guião da série O Regresso a Sizalinda, produzida para a RTP.
A Estrada dos Silêncios
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