Conheci Gualberto Gambier no Metrô de Belo Horizonte, um
inusitado encontro que me aproximou de um homem que, depois dos
cinquenta anos, dedica-se a criar personagens fascinantes com
inegável qualidade da forma.
Depois de ter lido os seus três primeiros romances, comecei a trocar
algumas mensagens eletrônicas. Normalmente eu emitia comentários
sobre particularidades das obras; e ele, sempre solícito, permitia o
debate.
Um dia lá, um grande susto: quando abro minha página eletrônica:
uma frase, um pedido: – Quer fazer o prefácio do meu próximo
livro, A garota da Rua Guaicurus?
Respondi que não era conhecida por ninguém e que ele deveria, e
por merecimento, ter um prefácio escrito por algum famoso.
A resposta veio no mesmo dia: – Se nem você quer fazer meu
prefácio, imagine então um famoso? Dei muita risada e cedi.
Horas depois o texto estava em meu computador. Comecei a lê-lo e
não consegui parar até terminá-lo. Agilidade, emoção, ódio,
simplicidade e uma facilidade inacreditável de colocar idéias
profundas com formas absolutamente adequadas. A estética
linguística de Gualberto Gambier é de um escritor que caminha
para formas superiores de composição literária. Por isto, o seu novo
livro A garota da Rua Guaicurus, atinge níveis de grandiosidade e
excelência na arte de escrever histórias ficcionais.
Um romance com espantosa substância. Cento e trinta paginas que
levam, a nós leitores, a um constante estado de apreensão daquilo
que pode acontecer daqui a pouco e, quando menos se espera,
viramos a sua última página com o gosto melancólico que queremos
mais. Muito mais!
Ler, A garota da Rua Guaicurus, foi experimentar um olhar no inconsciente do autor, no meu inconsciente, no inconsciente coletivo, na maldade humana e na tragédia que é a vida, porém tudo com consistente leveza literária.
Há um desagrego dos personagens, vale-se também da decadência; para depois surgir um sentido forte, viril da qual tudo se é possível na ficção. A tensão sobe e quando achamos que vai explodir no irracional, surge o bom senso. É como diz o personagem professor Matheus: é tudo uma questão de civilidade.
Nesse sentido, posso afirmar que A garota da Rua Guaicurus é um romance que obriga-nos a um síntese: afinal somos do bem ou do mal? A resposta o autor deixa que nós mesmos, seus leitores, dê.
Termino este pequeno prefácio na esperança que Gualberto nos brinde, logo, com vários outros romances. Estaremos ansiosos, esperando!
Fabiana Chagas Astolfi.
Bibliotecária.
inusitado encontro que me aproximou de um homem que, depois dos
cinquenta anos, dedica-se a criar personagens fascinantes com
inegável qualidade da forma.
Depois de ter lido os seus três primeiros romances, comecei a trocar
algumas mensagens eletrônicas. Normalmente eu emitia comentários
sobre particularidades das obras; e ele, sempre solícito, permitia o
debate.
Um dia lá, um grande susto: quando abro minha página eletrônica:
uma frase, um pedido: – Quer fazer o prefácio do meu próximo
livro, A garota da Rua Guaicurus?
Respondi que não era conhecida por ninguém e que ele deveria, e
por merecimento, ter um prefácio escrito por algum famoso.
A resposta veio no mesmo dia: – Se nem você quer fazer meu
prefácio, imagine então um famoso? Dei muita risada e cedi.
Horas depois o texto estava em meu computador. Comecei a lê-lo e
não consegui parar até terminá-lo. Agilidade, emoção, ódio,
simplicidade e uma facilidade inacreditável de colocar idéias
profundas com formas absolutamente adequadas. A estética
linguística de Gualberto Gambier é de um escritor que caminha
para formas superiores de composição literária. Por isto, o seu novo
livro A garota da Rua Guaicurus, atinge níveis de grandiosidade e
excelência na arte de escrever histórias ficcionais.
Um romance com espantosa substância. Cento e trinta paginas que
levam, a nós leitores, a um constante estado de apreensão daquilo
que pode acontecer daqui a pouco e, quando menos se espera,
viramos a sua última página com o gosto melancólico que queremos
mais. Muito mais!
Ler, A garota da Rua Guaicurus, foi experimentar um olhar no inconsciente do autor, no meu inconsciente, no inconsciente coletivo, na maldade humana e na tragédia que é a vida, porém tudo com consistente leveza literária.
Há um desagrego dos personagens, vale-se também da decadência; para depois surgir um sentido forte, viril da qual tudo se é possível na ficção. A tensão sobe e quando achamos que vai explodir no irracional, surge o bom senso. É como diz o personagem professor Matheus: é tudo uma questão de civilidade.
Nesse sentido, posso afirmar que A garota da Rua Guaicurus é um romance que obriga-nos a um síntese: afinal somos do bem ou do mal? A resposta o autor deixa que nós mesmos, seus leitores, dê.
Termino este pequeno prefácio na esperança que Gualberto nos brinde, logo, com vários outros romances. Estaremos ansiosos, esperando!
Fabiana Chagas Astolfi.
Bibliotecária.