Quantas pessoas podem se gabar de ter cumprido sua missão na vida, ao chegarem lá adiante, no que se costuma chamar de “outono da vida”? (Como se fosse possível classificar a vida em estações do ano, sendo todas tão belas!). E quantas ainda se mantêm inquietas, sempre desejando fazer mais?
Charles Hold é um raro exemplo de homem que, mesmo com avançada idade, preocupa-se com os rumos da humanidade e quer dar sua contribuição, ainda que de maneira até utópica. E o faz, escrevendo um livro cuja narrativa traça um paralelo entre o mundo atual e o ideal, esse oriundo após um cataclismo de proporções mundiais, em que sobrevivem algumas centenas de pessoas. Obrigadas a recomeçar uma nova forma de viver em comunidade, decidem abolir tudo o que sabem que criará discórdias entre eles.
Sua obra, que combina uma trama de suspense, drama e romance, tendo como pano de fundo a formação de um mundo melhor, surpreendentemente para o autor e até para o mercado editorial, vira um best-seller, e serve como mote para vários leitores fazerem reflexões profundas sobre o mundo em que vivemos. Um das figuras mais influentes (e influenciado pelo livro) é o Padre Persetti, um ex-celibatário católico argentino que, não satisfeito com as restrições da Igreja Católica aos seus membros, decide fundar a Associação Macroecumênica. Num movimento jamais visto antes, uma entidade criada com a finalidade de congregar todos aqueles que acreditam que a religiosidade não precisa estar condicionada a uma doutrina específica começa a esvaziar as igrejas tradicionais.
Mais admirável ainda é o exemplo que o autor de “A Humanidade Humanizada” nos dá: Pablo Luis Mainzer é um economista que acaba de completar 90 anos de idade e iniciou o seu romance há pouco menos de um ano, com o intuito de “manter a mente ativa”. Ao invés de palavras-cruzadas, atividade bastante recomendada às pessoas de mais idade para manter a mente lúcida, Pablo optou pelo caminho mais improvável: a literatura.
E não é que ele nos surpreende com uma obra lúcida, articulada e cativante, em que lança fachos de luz sobre problemas que envergonham a todos nós, como membros da espécie superior categorizada com Ser Humano?
“A Humanidade Humanizada” é um romance que merece ser lido por todos esses motivos, mas principalmente porque tem qualidade. Você vai se surpreender!
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Separado na capa:
O autor Pablo L. Mainzer é de ascendência judaica e, como potencial vítima das perseguições dos Nazistas, fugiu da Alemanha com apenas 16 anos de idade, refugiando-se no interior da Argentina. Cursou Economia e ocupou funções de gerência e diretoria em várias multinacionais europeias e latino-americanas na Argentina, Uruguai e Brasil. Atuou como consultor de empresas e escreveu ensaios sobre a economia brasileira. Praticou como modalidade esportiva até avançada idade o Golfe e, finalmente, descobriu que se sentia estimulado a escrever livros.
A Humanidade Humanizada
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