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    A humilhação

    Por Philip Roth
    Existem 10 citações disponíveis para A humilhação

    Sobre

    Aos 65 anos, Simon Axler, um renomado ator de teatro, sobe no palco e constata que não sabe mais atuar. De uma hora para outra toda sua autoconfiança se esvai, e ele perde a capacidade de interpretar os personagens que, ao longo de uma extensa carreira artística, haviam lhe trazido renome. A partir daí, sua vida entra numa espiral de perdas: a mulher vai embora, o público o abandona e seu agente não consegue convencê-lo a retomar o trabalho. Obcecado com a ideia do suicídio, Simon se interna numa clínica psiquiátrica.

    No meio desse relato terrível de uma autoanulação inexplicável e apavorante, irrompe um enredo em sentido contrário. Simon se envolve numa relação passional com uma mulher mais jovem, homossexual, filha de um casal de atores que ele conheceu na juventude. Nasce daí um desejo erótico avassalador, um consolo para uma vida de privação, mas tão arriscado e aberrante que aponta não para o conforto e a gratificação, e sim para um desenlace ainda mais negro e chocante.

    Nessa longa viagem noite adentro, relatada com a combinação de intensidade, virtuosismo e seriedade que é a marca de Philip Roth, todos os artifícios que usamos para nos convencer de nossa solidez, todos os desempenhos de nossas vidas - talento, amor, sexualidade, esperança, energia, reputação -, tudo isso vira pó.

    A humilhação faz parte de uma série de narrativas que Philip Roth vem publicando nos últimos anos. Essas obras - O animal agonizante, Homem comum e Fantasma sai de cena - tematizam a velhice, a perda, a paixão e a morte com vigor e contundência extraordinários. Ao contrário de seu protagonista, Roth está em plena forma, e não perdeu a capacidade de surpreender e empolgar seus leitores.

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    Citações de A humilhação

    É claro que nada se conquista pra sempre, mas também nada que se perde é pra sempre. Você só perdeu o seu talento temporariamente.”

    Um homem que queria viver fazendo o papel de um homem que queria morrer.

    Quando você representa o papel de uma pessoa que está entrando em parafuso, a coisa tem organização e ordem; quando você observa a si próprio entrando em parafuso, desempenhando o papel de sua própria queda, aí a história é outra, uma história de terror e medo.

    Esperava pela liberdade de começar, pelo momento de se tornar real, esperava a hora de esquecer quem ele era e se tornar a pessoa que estava interpretando, mas em vez disso estava ali parado, completamente vazio, atuando do jeito que se faz quando não se sabe o que se está fazendo. Não conseguia dar e não conseguia reter; não tinha fluidez e não tinha reserva. A atuação tornou-se uma tentativa, repetida noite após noite, de conseguir se livrar de um fardo.

    Ele soltava um grito quando acordava no meio da noite e dava consigo ainda preso no papel do homem que foi privado de si próprio, de seu talento, de seu lugar no mundo, um homem abjeto que não passava do somatório de seus defeitos.

    Quando o sofrimento atinge um certo patamar, a gente tenta qualquer coisa para explicar o que está acontecendo, mesmo sabendo que nada explica nada e que todas as explicações são igualmente fúteis.

    decorrer dos anos você emocionou a plateia milhares de vezes, e a mim também. Você se afastou do óbvio mais do que qualquer outro ator. Você nunca era rotineiro. Você queria ir pra todos os lados. Pra longe, bem longe, até onde você pudesse ir. E a plateia acreditava em você o tempo todo, aonde quer que você a levasse. É claro que nada se conquista pra sempre, mas também nada que se perde é pra sempre. Você só perdeu o seu talento temporariamente.”

    gente perde, a gente ganha — é tudo acaso. A onipotência do acaso. A probabilidade de um revés. Isso, o imprevisível revés e seu poder.”

    Sou bem mais velho que você, e estou tendo que enfrentar isso há anos. Pra começar, você fica mais lento. Em tudo. Até a leitura fica mais lenta. Se eu começo a ler mais depressa, eu perco muita coisa. Minha fala está mais lenta, minha memória está mais lenta. Todas essas coisas começam a acontecer. Nesse processo, você começa a perder a autoconfiança. Você não é mais tão rápido quanto era.

    negócio é estar naquele momento, sem pensar no resto e sem pensar aonde você vai depois. Porque se você conseguir fazer um momento funcionar, você vai pra onde quiser’.

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