Em busca de tornar-me o que eu sou, o que encontro pelo caminho? Livros, discos e quadros. E sempre em busca de livros, discos e quadros, dou com os amigos. Ocorre, porém, que não busco mais a mim mesmo, tampouco livros e discos ou quadros. Os amigos sim é que são bem-vindos eternamente, tanto quanto possa vislumbrar uma eternidade.
Este livro, pequeno e vívido opúsculo, apresenta um modus vivendis possível a quem pensa em dois idiomas sem correr o risco de cair nos limites do maniqueísmo. Donde tratar de impressões quase imprecisas de diversos autores em simultâneo. A ideia era esta: ler dois livros em português e dois em inglês; um de ficção e outro de não-ficção para cada um dos dois idiomas.
Foi interessante, no mínimo, como abertura à diversidade. De tal sorte que a um poliglota que fale, por exemplo, cinco idiomas, a experiência recomendaria a leitura de dez livros ao mesmo tempo.
Tantos livros lemos e nem sequer percebemos como e onde é que os “digerimos”, para usar uma expressão fisiológica. A experiência me permitiu escolher os autores atentamente, não com base na época ou na geografia, mas partindo dos encontros que tive a caminho de mim mesmo.
Sim. A Leitura Vivida é apenas mais um modelo de leitura entre tantos outros. Livro que, mais do que gabar-se das aventuras da escrevinhatura, o que se torna fato, ou fatídico ou sempre evidente, faz uma exaltação da cada vez mais tumultuada atividade da leitura. Pode ser um protesto a quem protesta contra quem traz um livro em punho. Pode ser um manifesto contra quem propaga a caotização linguística do mundo. Seja lá como pode ser lido, não deixará de ser mais um instrumento de integração social, e independente do que pareça, destina-se antes de tudo a deliciar o leitor em busca de tornar-se o que se é. Oxalá A Leitura Vivida venha a dar ensejo a mais um grande encontro.
A Leitura Vivida
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