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    A mão invisível

    Por Adam Smith
    Existem 13 citações disponíveis para A mão invisível

    Sobre

    Em 2007, o Banco da Inglaterra pôs em circulação uma nova série de cédulas de vinte libras estampadas com a efígie de Adam Smith (1723-1790) ao lado da imagem de uma fábrica de pregos do século XVII - fato que dá uma medida do enorme prestígio de que as formulações do filósofo e economista escocês sobre a divisão do trabalho e a liberdade do indivíduo ainda desfrutam na pátria da Revolução Industrial. Ao lado de Shakespeare, Darwin e Newton na seleta galeria de heróis nacionais homenageada pelo Estado britânico nas notas de dinheiro, Smith lançou as bases morais e intelectuais do crescimento econômico e da inovação tecnológica no capitalismo moderno em seu clássico A riqueza das nações (1776). Nos seis capítulos que compõem A mão invisível, extraídos de seu livro mais conhecido, o autor investiga a natureza das trocas comerciais e financeiras e propõe diretrizes para estimular o desenvolvimento das nações por meio do enriquecimento individual dos cidadãos.O pioneiro do liberalismo - doutrina econômica que preconiza as liberdades de investimento e de comércio, bem como a não intervenção estatal, como pilares do incremento geral da riqueza - detecta no funcionamento natural dos mercados a intervenção autorreguladora de uma 'mão invisível' que garantiria o equilíbrio das iniciativas de seus agentes na direção do próprio interesse [self-interest]. Por outro lado, a divisão do trabalho, força propulsora da economia industrial nascida a partir da mundialização dos capitais e da invenção das máquinas a vapor, é apontada como a consequência mais revolucionária da racionalização científica dos esforços produtivos.
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    Citações de A mão invisível

    O maior progresso na capacidade de produção do trabalho, e a maior parte do talento, aptidão e critério com os quais ele é conduzido ou aplicado em toda parte, parecem ter sido o efeito da divisão do trabalho.

    Os homens têm muito mais propensão a descobrir métodos mais fáceis e mais disponíveis de atingir qualquer objetivo quando toda a sua atenção e suas mentes estão dirigidas para um único objetivo do que quando estão dispersas em uma grande variedade de coisas.

    Todo indivíduo sempre se esforça para encontrar o emprego mais vantajoso possível para o capital de que ele dispõe. De fato, é a sua própria vantagem, e não a da sociedade, que ele tem em vista. Mas o estudo de sua própria vantagem o leva naturalmente, ou mesmo necessariamente, a preferir aquele emprego que é o mais vantajoso para a sociedade.

    Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos o nosso jantar, mas da consideração que eles têm por seus próprios interesses.

    Na sociedade civilizada, ele precisa sempre da cooperação e da assistência de verdadeiras multidões, enquanto sua vida inteira mal é suficiente para ganhar a amizade de umas poucas pessoas.

    A divisão do trabalho, da qual derivam tantas vantagens, não é originariamente um efeito de qualquer sabedoria humana, que prevê e tem como intenção a riqueza geral que ela propicia. Ela é a necessária, embora muito lenta e gradual, consequência de certa propensão da natureza humana que não visa a tão ampla utilidade; a propensão de escambar, permutar, trocar uma coisa por outra. Se essa propensão é um desses princípios originais da natureza humana que não podem ser explicados além deles mesmos; ou

    Entre os homens, ao contrário, as mais diversas vocações são de uso recíproco; as diferentes produções de seus respectivos talentos, com a disposição geral de escambar, permutar e trocar, podem ser trazidas, como são, a um acervo comum, onde cada homem pode adquirir qualquer parte da produção do talento de outro na ocasião em que dela necessite.

    A diferença entre os mais dessemelhantes personagens, entre um filósofo e um carregador de rua comum, por exemplo, parece surgir não tanto de sua natureza quando do hábito, do costume e da educação. Quando

    As vantagens naturais que um país tem em relação a outro na produção de determinados produtos são algumas vezes tão grandes que é sabido em todo o mundo que é inútil lutar contra elas. Por meio de estufas, alfobres e paredes aquecidas, podem-se cultivar uvas muito boas na Escócia, e também se pode fazer delas um vinho muito bom por um custo aproximadamente trinta vezes maior do que, com pelo menos a mesma qualidade, pode-se trazê-lo de países estrangeiros. Seria razoável uma lei que proibisse a importação de todos os vinhos estrangeiros meramente para estimular o mercado de claretes e borgonhas na Escócia? Mas se for um inegável absurdo optar por empregar trinta vezes mais capital e indústria do país do que seria necessário para adquirir de países estrangeiros a mesma quantidade desejada de produtos, então deve ser também um absurdo, embora não tão evidente, mas exatamente do mesmo tipo, optar por empregar uma trigésima parte, ou até mesmo uma tricentésima parte a mais de cada um. Se as vantagens que um país apresenta em relação a outro são naturais ou adquiridas, isso não faz diferença. Enquanto um país desfrutar dessa vantagem e o outro quiser os produtos, será sempre mais vantajoso para o segundo comprá-lo do primeiro do que produzi-lo ele mesmo. A vantagem que um artífice tem sobre seu vizinho que exerça outra atividade é apenas uma vantagem adquirida; e ainda assim os dois acham mais vantajoso comprar um do outro do que produzir aquilo que não faz parte de sua atividade particular.

    Se um país estrangeiro pode nos suprir com uma mercadoria mais barata do que somos capazes de produzi-la, é melhor comprá-la deles usando alguma parte de nossa própria indústria, empregada de um modo no qual tenhamos certa vantagem. A indústria de nosso país em geral, sendo sempre proporcional ao capital que a emprega, não diminuirá com isso, não mais do que a dos acima mencionados artífices; mas apenas se deixa que ela encontre o caminho no qual possa ser empregada com a maior vantagem possível. Certamente não é empregada com a maior vantagem quando é direcionada a um item que é mais barato comprar do que fazer. Com certeza, o valor de sua produção anual é mais ou menos diminuído quando ela é desviada de produzir mercadorias que evidentemente têm mais valor do que a mercadoria que ela agora está direcionada a produzir. De acordo com essa suposição, a mercadoria poderia ser adquirida de países estrangeiros por um preço mais barato do que pode ser produzida no país. Poderia, portanto, ter sido adquirida com apenas uma parte das mercadorias, ou, o que é a mesma coisa, com apenas uma parte do preço das mercadorias que uma indústria mantida com um capital igual teria produzido no país, se tivesse sido deixado seguir seu curso natural. Desse modo, a indústria do país é desviada de um emprego mais vantajoso para um menos vantajoso, e o valor de troca de seu produto anual, em vez de ser aumentado, de acordo com a intenção do legislador, necessariamente será diminuído por qualquer regulamentação desse tipo.

    A descoberta da América, no entanto, certamente fez uma mudança das mais fundamentais. Ao abrir um novo e inexaurível mercado a todas as mercadorias da Europa, ela ocasionou novas divisões do trabalho e aperfeiçoamentos nos ofícios, os quais, no âmbito estreito do comércio antigo, nunca poderiam ter ocorrido pela falta de um mercado que absorvesse dele a maior parte de seu produto. As forças produtivas do trabalho foram aperfeiçoadas, e sua produção aumentou em todos os diversos países da Europa, e junto com ela a receita efetiva e a riqueza de seus habitantes. As mercadorias da Europa eram quase todas novidade na América, e muitas das da América eram novidade na Europa. Assim, começou a haver um novo esquema de trocas que nunca tinha sido imaginado e que se provaria naturalmente tão vantajoso para o Novo Continente quanto com certeza o era para o Velho Continente. A injustiça brutal dos europeus tornou esse fato, que deveria ter sido benéfico para todos, em algo ruinoso e destrutivo para vários desses infelizes países.

    Isso não daria o monopólio do mercado interno para a indústria doméstica, nem direcionaria para um emprego específico uma parcela maior do capital e do trabalho do país do que aconteceria naturalmente. Apenas

    No entanto, como a defesa tem muito mais importância do que a opulência, o ato de navegação é, talvez, o mais prudente de todos os regulamentos comerciais da Inglaterra.

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