? Edição atualizada.
? Ortografia e pontuação modernizadas.
Ao fim de dois dias de viagem por montes e vales até à aldeia do Minho onde vive a sua tia Doroteia, o jovem e sofisticado Henrique de Souselas está capaz de mandar ao diabo o médico que lhe garantiu que era no campo que estava a cura dos seus males de melancolia, criados, dizia o médico, pela sua vida ociosa de jovem rico em Lisboa. No entanto, basta o primeiro dia que passa na aldeia para começar a vislumbrar jovens encantadoras que o despertam para os encantos da vida rural.
A obra mais elaborada e respeitada do cirurgião e professor da Escola Médico Cirúrgica do Porto Joaquim Guilherme Gomes Coelho, mais conhecido pelo pseudónimo de Júlio Dinis, é sem dúvida A Morgadinha dos Canaviais. A intriga sentimental tem protagonistas menos convencionais que os outros romances do autor (deixou completos Uma Família Inglesa, As Pupilas do Senhor Reitor e Os Fidalgos da Casa Mourisca, além da própria Morgadinha dos Canaviais) e o pano de fundo histórico seduz-nos ainda. De resto, o lado cor de rosa, o enredo amoroso, é um dos aspetos da Morgadinha dos Canaviais que ainda hoje continuam a angariar-lhe leitores, mesmo entre as pessoas que só raramente pegam em livros, e não só em Portugal mas em todos os países de língua portuguesa.
A memória da extinção das ordens religiosas, as eleições e os caciques, a questão dos cemitérios, a corrupção venal, a figura do Brasileiro ou o retrato do ensino em Portugal no século XIX, mas também a tradição das janeiras e dos autos de Natal, tudo dá vivacidade a este romance que continua a encantar-nos e cujos valores não se afastaram de nós como os de muitos outros autores do mesmo período. O optimismo vital de Júlio Dinis não retira valor a esta obra como romance de observação de tom realista. Em particular tudo o que na história está ligado às eleições locais, às trocas de favores e ao poder dos caciques é aqui retratado de forma inesquecível.
Joaquim Guilherme Gomes Coelho era filho de um cirurgião de Ovar, José Joaquim Gomes Coelho, e de uma senhora de ascendência inglesa e irlandesa, Ana Constança Potter Pereira Gomes Coelho. A mãe, como ele próprio e várias outras pessoas da sua família, morreu de tuberculose. Júlio Dinis viveu entre 1839 e 1871. A Morgadinha dos Canaviais foi publicado pela primeira vez em 1868. Tal como os seus outros romances, tornou-se popular ainda em vida do autor, apesar de este ter morrido muito jovem, com apenas 32 anos incompletos.
A edição que aqui apresentamos tem ortografia atualizada pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 2009. Foram corrigidos alguns, poucos, erros de concordância e a pontuação foi modernizada, em particular as indicações de diálogo, que Júlio Dinis fazia à francesa, à maneira do seu tempo, e o uso de vírgulas. De resto, as primeiras edições dos livros de Júlio Dinis são invulgarmente correctas e têm até poucas gralhas, sobretudo para o que era habitual no seu tempo. Procurámos não interferir no texto quando isso não tivesse justificação evidente e apenas com o objectivo de que o livro de Júlio Dinis pudesse ser lido com todo o conforto de uma edição moderna.
? Ortografia e pontuação modernizadas.
Ao fim de dois dias de viagem por montes e vales até à aldeia do Minho onde vive a sua tia Doroteia, o jovem e sofisticado Henrique de Souselas está capaz de mandar ao diabo o médico que lhe garantiu que era no campo que estava a cura dos seus males de melancolia, criados, dizia o médico, pela sua vida ociosa de jovem rico em Lisboa. No entanto, basta o primeiro dia que passa na aldeia para começar a vislumbrar jovens encantadoras que o despertam para os encantos da vida rural.
A obra mais elaborada e respeitada do cirurgião e professor da Escola Médico Cirúrgica do Porto Joaquim Guilherme Gomes Coelho, mais conhecido pelo pseudónimo de Júlio Dinis, é sem dúvida A Morgadinha dos Canaviais. A intriga sentimental tem protagonistas menos convencionais que os outros romances do autor (deixou completos Uma Família Inglesa, As Pupilas do Senhor Reitor e Os Fidalgos da Casa Mourisca, além da própria Morgadinha dos Canaviais) e o pano de fundo histórico seduz-nos ainda. De resto, o lado cor de rosa, o enredo amoroso, é um dos aspetos da Morgadinha dos Canaviais que ainda hoje continuam a angariar-lhe leitores, mesmo entre as pessoas que só raramente pegam em livros, e não só em Portugal mas em todos os países de língua portuguesa.
A memória da extinção das ordens religiosas, as eleições e os caciques, a questão dos cemitérios, a corrupção venal, a figura do Brasileiro ou o retrato do ensino em Portugal no século XIX, mas também a tradição das janeiras e dos autos de Natal, tudo dá vivacidade a este romance que continua a encantar-nos e cujos valores não se afastaram de nós como os de muitos outros autores do mesmo período. O optimismo vital de Júlio Dinis não retira valor a esta obra como romance de observação de tom realista. Em particular tudo o que na história está ligado às eleições locais, às trocas de favores e ao poder dos caciques é aqui retratado de forma inesquecível.
Joaquim Guilherme Gomes Coelho era filho de um cirurgião de Ovar, José Joaquim Gomes Coelho, e de uma senhora de ascendência inglesa e irlandesa, Ana Constança Potter Pereira Gomes Coelho. A mãe, como ele próprio e várias outras pessoas da sua família, morreu de tuberculose. Júlio Dinis viveu entre 1839 e 1871. A Morgadinha dos Canaviais foi publicado pela primeira vez em 1868. Tal como os seus outros romances, tornou-se popular ainda em vida do autor, apesar de este ter morrido muito jovem, com apenas 32 anos incompletos.
A edição que aqui apresentamos tem ortografia atualizada pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 2009. Foram corrigidos alguns, poucos, erros de concordância e a pontuação foi modernizada, em particular as indicações de diálogo, que Júlio Dinis fazia à francesa, à maneira do seu tempo, e o uso de vírgulas. De resto, as primeiras edições dos livros de Júlio Dinis são invulgarmente correctas e têm até poucas gralhas, sobretudo para o que era habitual no seu tempo. Procurámos não interferir no texto quando isso não tivesse justificação evidente e apenas com o objectivo de que o livro de Júlio Dinis pudesse ser lido com todo o conforto de uma edição moderna.