«- Mas não há outro recurso contra a fome senão pedir esmola?
- Ou roubar.
- E o trabalho?
- Ah! sim... não me lembrava do trabalho... mas que trabalho? Eu não sirvo para nada, não tenho força nem vocação.
- Adquire-a, Luís. Tu não me conheceste em outro tempo? Imaginaria alguém, há oito anos, que eu viria a ser um amanuense de advogado, e mais tarde um negociante de curtumes? Eu tive fome, Luís. Deitei-me algumas vezes em jejum, e levantei-me sem a certeza do almoço. Não pedi esmola, pedi trabalho. Olha as minhas mãos... não vês estas durezas? Estão calejadas, mas nunca senti aqui o contacto de uma moeda de cobre como esmola. Trabalha, Luís.»
- Ou roubar.
- E o trabalho?
- Ah! sim... não me lembrava do trabalho... mas que trabalho? Eu não sirvo para nada, não tenho força nem vocação.
- Adquire-a, Luís. Tu não me conheceste em outro tempo? Imaginaria alguém, há oito anos, que eu viria a ser um amanuense de advogado, e mais tarde um negociante de curtumes? Eu tive fome, Luís. Deitei-me algumas vezes em jejum, e levantei-me sem a certeza do almoço. Não pedi esmola, pedi trabalho. Olha as minhas mãos... não vês estas durezas? Estão calejadas, mas nunca senti aqui o contacto de uma moeda de cobre como esmola. Trabalha, Luís.»