Mais do que palavras, escrevo silêncios. Silêncios de um corpo tatuado de memórias e da voz rouca das ausências. Caminho ao lado de passos cheios de nada, o tempo pára e envelheço. Outros eus, outros reflexos vibram dentro de mim, às vezes perplexos com a mudez dos pássaros. Translúcida, a chuva cai. E na limpidez da luz, dissolvo na pele o peso do ar, separo-me de quem sou e sigo o movimento de um sorriso, que se expande em aves e solstícios de verão. Cicatrizo a mágoa, perco-me das pedras no poema que invento e avanço. O que procuro? Procuro o regresso a um novo tempo.
a recontagem dos silêncios (cadernos Livro 1)
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