A Revolução Permanente
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Enquanto a opinião tradicional considerava que o caminho para a ditadura do proletariado passa por um longo período de democracia, a teoria da revolução permanente proclamava que para os países atrasados, o caminho para a democracia passa a ditadura do proletariado. Por conseguinte, a democracia era considerada não como um fim em si, que deveria durar dezenas de anos, mas como o prólogo imediato da revolução socialista, à qual se ligava por vinculo indissolúvel. Desta maneira, tornava-se permanente o desenvolvimento revolucionário que ia da revolução democrática à transformação socialista da sociedade.
Cheguei, assim, à conclusão de que a nossa revolução burguesa-só podia realizar de fato as suas tarefas no caso de o proletariado, apoiado pelos milhões de camponeses, concentrar em suas mãos a ditadura revolucionária.
No caso de existir uma ditadura proletária isolada, as contradições internas e externas aumentam inevitavelmente e ao mesmo passo que os êxitos. Se o Estado proletário continuar isolado, ele, ao cabo, sucumbirá vítima dessas contradições. Sua salvação reside unicamente na vitória do proletariado dos países avançados. Deste ponto de vista, a revolução nacional não constitui um fim em si, apenas representa um elo da cadeia internacional. A revolução internacional, a despeito de seus recuos e refluxos provisórios, representa um processo permanente.
A revolução permanente, na concepção de Marx significa uma revolução que não transige com nenhuma forma de dominação de classe, que não se detém no estágio democrático e, sim, passa para as medidas socialistas e a guerra contra a reação exterior, uma revolução na qual cada etapa está contida em germe na etapa precedente, e só termina com a liquidação total da sociedade de classes.
As profundas transformações na economia, na técnica, na ciência, na família, nos hábitos e nos costumes, completando-se, formam combinações e relações recíprocas de tal modo complexas que a sociedade não pode chegar a um estado de equilíbrio. Nisso se revela o caráter. permanente da própria revolução socialista.
Cheguei, assim, à conclusão de que a nossa revolução burguesa-só podia realizar de fato as suas tarefas no caso de o proletariado, apoiado pelos milhões de camponeses, concentrar em suas mãos a ditadura revolucionária.
Em caso de vitória, essa revolta comum contra o antigo regime devia acarretar, segundo Lênin, a instauração da “ditadura. democrática do proletariado e dos camponeses”.Essa fórmula é, hoje, repetida, na Internacional Comunista, como um dogma geral, sem que se procure fazer a análise da experiência histórica viva do último quarto de século. Como se não tivéssemos sido atores e testemunhas da revolução de 1905, da revolução de março de 1917e, finalmente, da reviravolta de Outubro! No entanto, uma tal análise histórica é tanto mais necessária quanto o regime da “ditadura democrática do proletariado e dos camponeses” nunca existiu na realidade. Em 1905, Lênin falava, apenas, de uma hipótese estratégica que devia ainda ser verificada pelo curso real da luta de classes. A fórmula “ditadura democrática do proletariado e dos camponeses” tinha, sobretudo, e de caso pensado, um caráter algébrico. Lênin não resolvia, de antemão a questão das relações políticas entre as duas partes da ditadura democrática eventual: o proletariado e os camponeses. Não excluía a possibilidade de serem os camponeses representados na revolução por um partido especial, independente não só da burguesia, mas também do proletariado, e capaz de fazer a revolução democrática unindo-se ao partido do proletariado na luta contra a burguesia liberal. Como veremos em seguida, Lênin admitia até que o partido revolucionário camponês formasse a maioria no governo da ditadura democrática. Desde o outono de 1902, pelo menos,isto é, desde a época da minha primeira fuga para o estrangeiro, me considerei discípulo de Lênin no que concernia ao papel decisivo da transformação agrária no destino da nossa revolução burguesa. Ao contrário do que rezam as lendas absurdas dos últimos anos, estava então perfeitamente convencido de que a revolução agrária e, por conseguinte, a revolução democrática, só podia realizar-se no curso da luta contra a burguesia liberal, pelos esforços conjugados dos oper
Para dissipar a confusão criada em relação à teoria da revolução permanente, é preciso distinguir três categorias de idéias que se unem e se fundem nela. De início, compreende o problema da passagem da revolução democrática à revolução socialista. Eis basicamente sua origem histórica.
Qual seria o conteúdo social dessa ditadura? Antes de mais nada, sua missão consistiria em levar até o fim a revolução agrária e a reconstrução democrática do Estado.
2.Para os países de desenvolvimento burguês retardatário e, em particular, para os países coloniais e semicoloniais, a teoria da revolução permanente significa que a solução verdadeira e completa de suas tarefas democráticas e nacional-libertadoras só é concebível por meio da ditadura do proletariado, que, assume a direção da nação oprimida e, antes de tudo, de suas massas camponesas.
Ela demonstrava que, em nossa época, o cumprimento das tarefas democráticas, proposto pelos países burgueses atrasados, conduzia diretamente à ditadura do proletariado, que coloca as tarefas socialistas na ordem do dia.
Tanto a questão agrária como a questão nacional conferem ao campesinato, como enorme maioria da população dos países atrasados, um papel primordial na revolução democrática.
Os diferentes países chegarão ao socialismo com ritmos diferentes. Em determinadas circunstâncias, certos países atrasados podem chegar à ditadura do proletariado antes dos países avançados, -mas só depois destes chegarão eles ao socialismo.
8. A ditadura do proletariado, que sobe ao poder como força dirigente da revolução democrática, será colocada, inevitável e muito rapidamente, diante de tarefas que a levarão a fazer incursões profundas no direito burguês da propriedade.
Um país atrasado, colonial ou semicolonial, cujo proletariado não esteja bastante preparado para conduzir o campesinato e conquistar o poder é, por isso mesmo, incapaz de levar a bom termo sua revolução democrática.