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    A segunda pátria

    Por Miguel Sanches Neto
    Existem 7 citações disponíveis para A segunda pátria

    Sobre

    Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, Getúlio Vargas resolve se tornar um aliado do Terceiro Reich. No cenário alternativo criado por Miguel Sanches Neto, o país se alinha com o Eixo e, como parte do acordo, é estabelecido que os estados do sul, com grande presença de descendentes de alemães, podem pôr em prática os princípios do nazismo, como o racismo, o antissemitismo e a eugenia. Em Blumenau, à medida que a saudação Heil Hitler se torna corriqueira, o engenheiro Adolpho Ventura convive atônito com o progressivo cerceamento de sua liberdade. Seu crime é ser negro e pai de uma criança mestiça. Na mesma cidade, desenrola-se a trajetória de Hertha, jovem sedutora que encarna todos os predicados da superioridade ariana. A ela é confiada uma misteriosa missão. Com violência e sensualidade, o autor revela uma paixão proibida, enquanto subverte os fatos para criar um Brasil que não está nos livros de história, mas nem por isso deixa de ser assustadoramente plausível.

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    Citações de A segunda pátria

    Tudo não passa, portanto, de um pesadelo. E este é um dos papéis da literatura: fazer com que vivamos acordados os piores sonhos da humanidade.

    Os livros são apenas réplicas materiais, réplicas menores, bem menores do que a presença interior das palavras, uma presença que às vezes não se anuncia. Só quem se dedicou apaixonadamente a um livro sabe que ele lhe pertencerá para sempre, mesmo que não possa recordá-lo.

    Mãos acostumadas às armas dificilmente amam virar páginas.

    Um leitor é alguém que carrega clandestinamente as palavras que leu. Os livros são apenas réplicas materiais, réplicas menores, bem menores do que a presença interior das palavras, uma presença que às vezes não se anuncia. Só quem se dedicou apaixonadamente a um livro sabe que ele lhe pertencerá para sempre, mesmo que não possa recordá-lo.

    Ninguém de fato acreditava que os meninos aprendessem algo.

    Diante dos nazistas, evitavam falar. Poderiam pensar que armavam algum levante. À noite, no alojamento, cochichavam entre si, sempre em pequenos grupos. Falar era algo perigoso. Ler e escrever mais ainda.

    Quando vejo o que está acontecendo, esse ódio todo, acho que o grande culpado foi gente como nosso filho, ninguém iria suportar um doutor negro. — Não há culpados — falou Frida. — Querem um país só pra eles. — Um país branco — emendou João.

    eBooks por Miguel Sanches Neto

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