Em 'A Sereia de Tupã', Davambe conta a história de Zilda, uma jovem sensível que deixa o país na época da ditadura militar e vive por algum tempo em Moçambique, como cooperante. A personagem passa por diversas experiências, que vão do sequestro por um bando guerrilheiro até o retorno ao Brasil, quando conhece o amor de sua vida, ironicamente um moçambicano vivendo há anos no país. E todas elas servem de pretexto para o autor discorrer sobre assuntos variados, criando uma interessante ponte entre a América do Sul e a África. De forma bastante espontânea, aproveita as oportunidades que a ficção lhe dá para falar de temas atuais (como a busca por uma vida saudável e a gravidez na velhice) e outros que devem ser objeto de reflexão, especialmente por parte de governantes e educadores, quando aborda manifestações culturais como a congada e a língua portuguesa. O livro ainda se compõe de uma segunda parte, 'Outras histórias'. Nela Davambe faz alguns experimentos literários curiosos, seja reescrevendo trechos da história principal, sob a ótica de novos personagens, seja usando as fábulas com animais para uma crítica bastante lúcida à vida corporativa, como se chamasse a atenção de Tupã, o Deus do Trovão, que promete felicidade a seus filhos queridos.
A Sereia de Tupã
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