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    A talentosa Highsmith

    Por Joan Schenkar
    Existem 7 citações disponíveis para A talentosa Highsmith

    Sobre

    Chega às livrarias em abril a biografia de Patricia Highsmith (1921-1995), autora que aliou o gênero policial à alta literatura, autora de livros como O talentoso Ripley e Os fugitivos. A talentosa Highsmith conta com dezenas de fotos do acervo de Highsmith e é assinada por Joan Schenkar, importante dramaturga contemporânea dos EUA. No livro, além de arquivos, diários, correspondências e relatos de amigos íntimos, despontam as várias personas de Highsmith: criadora de ficções policiais que renovaram o gênero, americana de “alma” europeia, escritora de histórias em quadrinhos, mulher que se recusou a conhecer Alfred Hitchcock nas filmagens de seu primeiro romance, Pacto Sinistro, que lhe deu fama mundial nos anos 1950. Mais do que mostrar os fatos que compõem sua vida e obra, o livro apresenta lados ocultos da autora. Bastidores que, a despeito de sua trajetória de sucesso, apontam para uma personalidade reclusa, obsessiva e apaixonada. Uma mulher que sentia-se insegura para assinar com seu próprio nome obras mais pessoais, que revelavam sua intimidade (como em Carol, de 1952, primeiro romance norte-americano sobre um amor passional entre duas mulheres, que publicou sob o pseudônimo de Claire Morgan) e era envolvente, interessante e capaz de prender a atenção de todos com as histórias dos personagens que criava. A obra permite entender porque a criadora do amoral personagem Tom Ripley acabou sendo referência para diretores como Wim Wenders, Anthony Minghella, Liliana Cavani e o escritor Peter Handke. Nascida em 1921 na pensão de sua avó em Fort Worth, Texas (Estados Unidos), Highsmith passou a juventude em Nova York, no efervescente Greenwich Village dos anos 1940, “as quatro milhas quadradas mais livres da Terra”. Encantadora, reservada e desejada por muitos, viveu nos limites da transgressão. A vida amorosa, uma caixa de Pandora com muitas mulheres interessantes e alguns homens convenientes, foi a fonte de inspiração para sua obra. E o longo auto-exílio na Europa, onde acabou morrendo solitária, ajudou-a a gerar o mito que a envolve, o de “Dama Negra das Letras Americanas”. A autora Joan Schenkar escreveu uma coleção de peças de teatro chamada Signs of life: six comedies of Menace. É autora da elogiada biografia Truly Wilde, sobre Dolly Wilde, sobrinha do escritor Oscar Wilde. Vive e escreve em Paris e no Greenwich Village, em Nova York.
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    Citações de A talentosa Highsmith

    Aos vinte, como Gabrielle Chanel disse inesquecivelmente, você tem o rosto com que nasceu. Aos cinquenta, você tem o rosto que merece.

    Como romancista, posso dizer… o dicionário é o livro mais interessante que já li.”)

    Foi Proust, além de tudo, quem escreveu que a neurose oferece o enredo da vida, e o

    Pat Highsmith, que no fim da vida cultivava a crença mística nas características herdadas pelo “sangue”, saberia exatamente o que falar sobre todas essas duplicações e divisões religiosas na família. Ela diria que a questão do duplo estava em seu sangue desde o momento em que foi concebida — e culparia sua mãe, Mary, por isso também. Daniel

    Agora minha pobre mãe está inclusive envergonhada de voltar ao Texas para uma visita porque precisa de uma mala nova, não tem um casaco de frio e porque eles estão todos nadando em dinheiro por lá. Isso me enche com uma emoção mais trágica do que percebo conscientemente e explica muito da minha depressão, recentemente.[274]

    Fotografias de Patricia Highsmith aos 57 anos, no entanto, são mais repulsivas do que atraentes. Sua postura, como sempre, é uma defesa contra qualquer constrangimento, mas seu rosto parece envolvido num furioso motim contra seus colarinhos conservadores e os punhos duplos perfeitamente passados de sua camisa. As bolsas sob seus olhos estão bastante salientes agora, a parábola do maxilar está inchada, e a provocativa expressão zangada de sua boca, marcante na adolescência, deu lugar na meia-idade a um lábio inferior caído. O marfim de sua pele está vincado, manchado e marcado pela bebedeira, pelos cigarros e — ainda pior para sua pele — pelas violentas ideias que invadiram sua imaginação. Uma franja espessa oferece a tampa através da qual ela ainda vira os olhos para cima e adiante, para encarar o mundo com um olhar notavelmente agudo. Aos vinte, como Gabrielle Chanel disse inesquecivelmente, você tem o rosto com que nasceu. Aos cinquenta, você tem o rosto que merece.

    Mary para Pat: “Ela [Willie Mae] tratava você de uma forma diferente da que usava comigo. Era como se ela não fosse a mesma pessoa… Mas meu pai não era desse jeito — ele disse para ela que eu era melhor do que todos os meninos juntos”.[275] Pat para si mesma: “De todo modo, ela [Mary] está segura em sua insanidade, segura estando no solo doméstico, o Texas; segura

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