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    Admirável mundo novo

    Por Aldous Huxley
    Existem 12 citações disponíveis para Admirável mundo novo

    Sobre

    Uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras “pai” e “mãe” produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento. Um mundo no qual a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar o espírito de conformismo. Um universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série, a uniformidade, e que idolatra Henry Ford. Essa é a visão desenvolvida no clarividente romance distópico de Aldous Huxley, que ao lado de 1984, de George Orwell, constituem os exemplos mais marcantes, na esfera literária, da tematização de estados autoritários. Se o livro de Orwell criticava acidamente os governos totalitários de esquerda e de direita, o terror do stalinismo e a barbárie do nazifascismo, em Huxley o objeto é a sociedade capitalista, industrial e tecnológica, em que a racionalidade se tornou a nova religião, em que a ciência é o novo ídolo, um mundo no qual a experiência do sujeito não parece mais fazer nenhum sentido, e no qual a obra de Shakespeare adquire tons revolucionários. Entretanto, o moderno clássico de Huxley não é um mero exercício de futurismo ou de ficção científica. Trata-se, o que é mais grave, de um olhar agudo acerca das potencialidades autoritárias do próprio mundo em que vivemos. Como um alerta de que, ao não se preservarem os valores da civilização humanista, o que nos aguarda não é o róseo paraíso iluminista da liberdade, mas os grilhões de um admirável mundo novo.
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    Citações de Admirável mundo novo

    Um Estado totalitário verdadeiramente eficiente seria aquele em que os chefes políticos de um Poder Executivo todo-poderoso e seu exército de administradores controlassem uma população de escravos que não tivessem de ser coagidos porque amariam sua servidão.

    Uma das principais funções de um amigo é suportar (sob forma atenuada e simbólica) os castigos que nós gostaríamos, mas não temos possibilidade, de infligir aos nossos inimigos.

    Se uma pessoa procedeu mal, arrependa-se, faça as reparações que puder e trate de comportar-se melhor na próxima vez. Não deve, de modo nenhum, pôr-se a remoer suas más ações. Espojar-se na lama não é a melhor maneira de ficar limpo.

    E esse — interveio sentenciosamente o Diretor — é o segredo da felicidade e da virtude: amarmos o que somos obrigados a fazer.

    A felicidade é uma soberana exigente, sobretudo a felicidade dos outros. Uma soberana muito mais exigente do que a verdade, quando não se está condicionado para aceitá-la sem restrições. —

    Tal é a finalidade de todo o condicionamento: fazer as pessoas amarem o destino social de que não podem escapar.

    manifestando vigorosamente sua concordância com uma afirmação que mais de sessenta e duas mil repetições lhes tinham feito aceitar, não apenas como verdadeira, mas como axiomática, evidente por si mesma, absolutamente indiscutível.

    Um Estado totalitário verdadeiramente eficiente seria aquele em que os chefes políticos de um Poder Executivo todo-poderoso e seu exército de administradores controlassem uma população de escravos que não tivessem de ser coagidos porque amariam sua servidão. Fazer

    Um temor crônico de ser desdenhado fazia-o evitar seus pares, fazia-o ostentar diante de seus inferiores uma atitude de arrogância e de egocentrismo. Com

    Só um movimento popular em grande escala pelas descentralização e iniciativa local poderá deter a atual tendência para o estatismo. Atualmente, não existe nenhum sinal de que venha a ocorrer tal movimento. Não há, por certo, nenhuma razão para que os novos totalitarismos se assemelhem aos antigos. O governo pelos cassetetes e pelotões de fuzilamento, pela carestia artificial, pelas prisões e deportações em massa, não é simplesmente desumano (ninguém se importa muito com isso hoje em dia); é, de maneira demonstrável, ineficiente — e numa época de tecnologia avançada a ineficiência é o pecado contra o Espírito Santo. Um

    Por montes e vales, cortando os desertos de sal ou de areia, atravessando florestas, descendo às profundidades violáceas dos cânions, transpondo penhascos, picos e mesas, a cerca corria invariavelmente em linha reta, símbolo geométrico do desígnio humano triunfante. E

    Governar é deliberar, e não atacar. Governa-se com o cérebro e com as nádegas, nunca com os punhos. Por

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