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    Alegorias do subdesenvolvimento: Cinema novo, tropicalismo e cinema marginal

    Por Ismail Xavier
    Existem 5 citações disponíveis para Alegorias do subdesenvolvimento: Cinema novo, tropicalismo e cinema marginal

    Sobre



    Este volume apresenta uma junção da tese de doutorado, defendida na Universidade de Nova York, com a tese de livre-docência da USP do crítico de cinema Ismail Xavier, publicada pela primeira vez em 1993. Trata-se de análises aprofundadas de oito filmes brasileiros produzidos entre 1967 e 1970: Terra em transe e Dragão da maldade contra o santo guerreiro, de Glauber Rocha, O bandido da luz vermelha, de Rogério Sganzerla, Brasil ano 2000, de Walter Lima Jr., Macunaíma de Joaquim Pedro de Andrade, O anjo nasceu e Matou a família e foi ao cinema de Júlio Bressane e Bang bang, de Andrea Tonacci. A partir da ideia de ?alegoria? presente nos filmes, o autor discute questões fundamentais do período, como subdesenvolvimento, tipos sociais, luta de classes, ditadura, e, principalmente, a maneira como esses longas-metragens e o trabalho autoral de seus diretores ofereceram reflexões sobre o tema da identidade nacional. Esta edição conta com texto de orelha da crítica de arte Sônia Salzstein e quarta capa do crítico de literatura e músico José Miguel Wisnik, mostrando a reverberação do pensamento do autor para diversas áreas da cultura brasileira.
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    Citações de Alegorias do subdesenvolvimento: Cinema novo, tropicalismo e cinema marginal

    Terra em transe revela de modo agressivo a nação como miragem, não como realidade. Ao dramatizar a crise dos projetos de emancipação nacional alimentados pela esquerda entre o governo Vargas e o golpe de 1964, explicita, de várias formas, a ideia de que a nação não está formada, carece de consistência.

    Ou seja, o melhor do cinema brasileiro recusou, então, a falsa inteireza e assumiu a tarefa incômoda de internalizar a crise.

    De um lado, há a questão do diagnóstico referido à sociedade: nele, o subdesenvolvimento ganha relevância enquanto noção diferencial que pressupõe uma condição de incompletude, de falta, que separa a experiência observada de uma experiência-matriz mais plena, situada “em outro lugar”, nos países onde parece ter chegado a seu termo um processo que, na realidade mais próxima, foi truncado, tornando mais aguda a vivência da situação presente

    ser imperativa uma resposta diante da ausência de comunicação com o grande público.

    Os filmes do período entre 1967 e 1970 que analisei neste livro tiveram, em comum com o teatro e as artes visuais, o senso de uma provocação ao espectador, a ruptura com o regime de contemplação (museológica) ou de consumo (industrial) das imagens e encenações, afirmando o imperativo de participação que, nas artes visuais, significou uma ruptura com a superfície da tela, a passagem ao gesto, a provocação comportamental, desconcertos.

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