Alma inquieta
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A rosa, que acordou sob as ramas cheirosas, Diz-me: “Acorda com um beijo as outras flores quietas! Poeta! Deus criou as mulheres e as rosas Para os beijos do sol e os beijos dos poetas!”
Campo-santo Os anos matam e dizimam tanto Como as inundações e como as pestes… A alma de cada velho é um Campo-Santo Que a velhice cobriu de cruzes e ciprestes Orvalhados de pranto. Mas as almas não morrem como as flores, Como os homens, os pássaros e as feras: Rotas, despedaçadas pelas dores, Renascem para o sol de novas primaveras E de novos amores. Assim, às vezes, na amplidão silente, No sono fundo, na terrível calma Do Campo-Santo, ouve-se um grito ardente: É a Saudade! é a Saudade!… E o cemitério da alma Acorda de repente. Uivam os ventos funerais medonhos… Brilha o luar… As lápides se agitam… E, sob a rama dos chorões tristonhos, Sonhos mortos de amor despertam e palpitam, Cadáveres de sonhos… Desterro
Vita nuova Se ao mesmo gozo antigo me convidas, Com esses mesmos olhos abrasados, Mata a recordação das horas idas, Das horas que vivemos apartados! Não me fales das lágrimas perdidas, Não me fales dos beijos dissipados! Há numa vida humana cem mil vidas, Cabem num coração cem mil pecados! Amo-te! A febre, que supunhas morta, Revive. Esquece o meu passado, louca! Que importa a vida que passou? Que importa, Se ainda te amo, depois de amores tantos, E inda tenho, nos olhos e na boca, Novas fontes de beijos e de prantos?!