Prefácio
Você assiste TV e vê aquele comentarista falando. Você pensa no que aquele comentarista fala e tenta adivinhar o que ele sente.
Já o comentarista, que fala para você, esse comentarista pensa no que você, ao ouvi-lo, deve estar pensando. E tenta adivinhar o que você está sentindo.
Poucas vezes pensa o comentarista e quem o assiste provavelmente jamais intuiu que, entre vocês dois, alguém também está pensando e sentindo.
É o cinegrafista.
Ele está atrás da câmera, quase sempre anônimo. Quem diria que ali pulsa um coração?
Adão Jorge dos Santos é cinegrafista. E é poeta. Competente como cinegrafista, sensível como poeta.
Pensei que ao Adão só lhe interessassem os melhores ângulos, a luz, a imagem. Pensei que o que o movia eram os temas mundanos do jornalismo. O gol perdido. Ou feito. O deputado eleito. Ou derrotado. A inflação do mês, a taxa selic, a enchente, a invasão de terra, o engarrafamento de trânsito.
Nada disso.
Ao Adão interessam-lhe as coisas da alma. O Adão as sente, pensa sobre elas e as imortaliza em papel.
Li as poesias do Adão. E gostei. Você vai ler também. E também vai gostar. Você, como eu, pensará: por que, afinal, escreve o Adão? Ele próprio poderá dar a resposta. Assim:
"Na verdade escrevo buscando a calma.
E quanto mais escrevo
Mais impaciente fico,
Parece que sempre devo
Algo estupendo, magnífico".
Não deve, não. Essa conta o Adão já pagou.
Você assiste TV e vê aquele comentarista falando. Você pensa no que aquele comentarista fala e tenta adivinhar o que ele sente.
Já o comentarista, que fala para você, esse comentarista pensa no que você, ao ouvi-lo, deve estar pensando. E tenta adivinhar o que você está sentindo.
Poucas vezes pensa o comentarista e quem o assiste provavelmente jamais intuiu que, entre vocês dois, alguém também está pensando e sentindo.
É o cinegrafista.
Ele está atrás da câmera, quase sempre anônimo. Quem diria que ali pulsa um coração?
Adão Jorge dos Santos é cinegrafista. E é poeta. Competente como cinegrafista, sensível como poeta.
Pensei que ao Adão só lhe interessassem os melhores ângulos, a luz, a imagem. Pensei que o que o movia eram os temas mundanos do jornalismo. O gol perdido. Ou feito. O deputado eleito. Ou derrotado. A inflação do mês, a taxa selic, a enchente, a invasão de terra, o engarrafamento de trânsito.
Nada disso.
Ao Adão interessam-lhe as coisas da alma. O Adão as sente, pensa sobre elas e as imortaliza em papel.
Li as poesias do Adão. E gostei. Você vai ler também. E também vai gostar. Você, como eu, pensará: por que, afinal, escreve o Adão? Ele próprio poderá dar a resposta. Assim:
"Na verdade escrevo buscando a calma.
E quanto mais escrevo
Mais impaciente fico,
Parece que sempre devo
Algo estupendo, magnífico".
Não deve, não. Essa conta o Adão já pagou.