Mateus, um jovem anarquista, revoltado com o sistema vigente, decide revolucionar a sociedade promovendo campanhas de consciencialização e revolta, numa obra sobre o nascimento do socialismo e do sindicalismo português.
?Amanhã? de Abel botelho é parte integrante de uma série, composta por cinco livros, intitulada Patologia Social, no qual o autor explora várias ?moléstias? sociais que, na sua opinião, afetavam a sociedade portuguesa do final do século XIX.
Nesta obra, que é a terceira dessa série, o tema em foco é a exploração da burguesia patronal face à exploração da classe operária, o que a torna a primeira obra portuguesa que fala sobre a formação do socialismo português e enaltece o sindicalismo, enquanto pinta o retrato de uma época, em plena revolução industrial, durante a passagem do século XIX para o século XX, numa altura marcada por inúmeros conflitos internos.
*
Os séculos XVIII e XIX foram épocas marcadas por grandes fases de inovação e transição de vários aspetos da vida quotidiana que sustentaram um tipo de crescimento sem precedentes históricos até então, a que a história viria a dar o nome de Revolução Industrial. Muitos aspetos económicos, culturais, filosóficos e ideológicos sofreram grandes transformações graças à proliferação desta e ao seu efeito na sociedade.
Embora tenha chegado relativamente atrasada a Portugal, tal como nos países vizinhos do sul da Europa, face aos do norte, a Revolução Industrial chegou de rompante nos inícios do século XIX a terras lusas graças a uma revolução liberal que teve a sua maior expressão através do estadista monárquico Mouzinho da Silveira. Foi este que efetuou uma série de reformas estruturais que liquidou de vez os resquícios do feudalismo e consolidou o poder económico da burguesia, implantou as linhas ferroviárias pelo país e fomentou o desenvolvimento industrial e comercial que teve grande expansão na altura. Com a modernização vieram também várias correntes filosóficas e ideológicas como cientificismo, o positivismo e, mais importante, o capitalismo. Os antigos proprietários de terras substituíram o trabalho laboral dos lavradores por máquinas e a burguesia passou a emprega-los nas novas fábricas que requeriam mão de obra para produzirem em grande escala: formou-se assim o conceito de patronato e proletariado que substitui os conceitos de senhor feudal e camponês dos séculos passados.
Esta nova dicotomia social substituiu a antiga de forma muito distinta. O ?novo camponês?, agora operário, já não fazia parte de um grupo preso a uma condição da qual não podia fugir; podia, por um lado, ascender socialmente e tonar-se ele próprio burguês, ou podia reclamar por direitos que melhorassem as condições de vida, algo que nos séculos anteriores seria impensável.
Para muita desta consciência social contribuíram homens como Victor Hugo, Hegel ou Proudhon que viram que a realidade industrial podia ser uma porta para um novo tipo de sociedade mais justa em termos sociais e por isso dedicaram a vida a denunciar as desigualdades que viam proliferar. Foi em reação a essas denúncias que surgiram os primeiros movimentos de variadas ideologias políticas que ainda hoje subsistem.
É neste contexto que surge o tema e a história desta obra de Abel Botelho. Ela toma Lisboa no final do século XIX como cenário, num período em que o Socialismo estava em verdadeira expansão por toda a Europa.
Mateus, o protagonista, é um jovem revolucionário (anarquista/socialista) que cultiva um rancor imensurável pela classe burguesa ? que, segundo ele, alimenta a miséria ? e pelo clero, que tudo faz para perpetuar as injustiças sociais ao mesmo tempo que promove a estagnação intelectual.
?Amanhã? de Abel botelho é parte integrante de uma série, composta por cinco livros, intitulada Patologia Social, no qual o autor explora várias ?moléstias? sociais que, na sua opinião, afetavam a sociedade portuguesa do final do século XIX.
Nesta obra, que é a terceira dessa série, o tema em foco é a exploração da burguesia patronal face à exploração da classe operária, o que a torna a primeira obra portuguesa que fala sobre a formação do socialismo português e enaltece o sindicalismo, enquanto pinta o retrato de uma época, em plena revolução industrial, durante a passagem do século XIX para o século XX, numa altura marcada por inúmeros conflitos internos.
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Os séculos XVIII e XIX foram épocas marcadas por grandes fases de inovação e transição de vários aspetos da vida quotidiana que sustentaram um tipo de crescimento sem precedentes históricos até então, a que a história viria a dar o nome de Revolução Industrial. Muitos aspetos económicos, culturais, filosóficos e ideológicos sofreram grandes transformações graças à proliferação desta e ao seu efeito na sociedade.
Embora tenha chegado relativamente atrasada a Portugal, tal como nos países vizinhos do sul da Europa, face aos do norte, a Revolução Industrial chegou de rompante nos inícios do século XIX a terras lusas graças a uma revolução liberal que teve a sua maior expressão através do estadista monárquico Mouzinho da Silveira. Foi este que efetuou uma série de reformas estruturais que liquidou de vez os resquícios do feudalismo e consolidou o poder económico da burguesia, implantou as linhas ferroviárias pelo país e fomentou o desenvolvimento industrial e comercial que teve grande expansão na altura. Com a modernização vieram também várias correntes filosóficas e ideológicas como cientificismo, o positivismo e, mais importante, o capitalismo. Os antigos proprietários de terras substituíram o trabalho laboral dos lavradores por máquinas e a burguesia passou a emprega-los nas novas fábricas que requeriam mão de obra para produzirem em grande escala: formou-se assim o conceito de patronato e proletariado que substitui os conceitos de senhor feudal e camponês dos séculos passados.
Esta nova dicotomia social substituiu a antiga de forma muito distinta. O ?novo camponês?, agora operário, já não fazia parte de um grupo preso a uma condição da qual não podia fugir; podia, por um lado, ascender socialmente e tonar-se ele próprio burguês, ou podia reclamar por direitos que melhorassem as condições de vida, algo que nos séculos anteriores seria impensável.
Para muita desta consciência social contribuíram homens como Victor Hugo, Hegel ou Proudhon que viram que a realidade industrial podia ser uma porta para um novo tipo de sociedade mais justa em termos sociais e por isso dedicaram a vida a denunciar as desigualdades que viam proliferar. Foi em reação a essas denúncias que surgiram os primeiros movimentos de variadas ideologias políticas que ainda hoje subsistem.
É neste contexto que surge o tema e a história desta obra de Abel Botelho. Ela toma Lisboa no final do século XIX como cenário, num período em que o Socialismo estava em verdadeira expansão por toda a Europa.
Mateus, o protagonista, é um jovem revolucionário (anarquista/socialista) que cultiva um rancor imensurável pela classe burguesa ? que, segundo ele, alimenta a miséria ? e pelo clero, que tudo faz para perpetuar as injustiças sociais ao mesmo tempo que promove a estagnação intelectual.