Aniquilação (Comando Sul Livro 1)
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Existem alguns tipos de morte que não se pode obrigar alguém a reviver, um tipo de conexão tão profunda que, quando se rompe, você sente o estalo do elo partido dentro de você.
Todos nós vivemos em uma espécie de sonho contínuo — retruquei. — Quando acordamos, é porque alguma coisa, algum acontecimento, uma alfinetada que seja, perturbou as bordas daquilo que chamamos de realidade.
quando passamos a ver beleza na desolação, algo muda dentro de nós. A desolação tenta nos colonizar.
algumas perguntas podem nos destruir por dentro se a resposta nos for negada por tempo demais.
É assim que a loucura do mundo tenta colonizar você: de fora para dentro, forçando você a viver aquela outra realidade.
O ar da Área X era muito limpo e fresco, enquanto o mundo do outro lado da fronteira era o que sempre fora nos tempos modernos: sujo, cansado, imperfeito, afundando em guerra contra si mesmo. Lá, eu sempre sentira que meu trabalho não passava de uma tentativa fútil de nos salvar de nossa própria natureza.
Mas eu sabia por experiência própria o quanto era vã essa tentativa, esse esforço para eliminar conceitos preconcebidos. Nada que esteja vivo e respire é capaz de objetividade total — nem mesmo no vácuo, nem mesmo se tudo que aquela mente possuir for uma ânsia pela verdade capaz de qualquer sacrifício.
No que me diz respeito — sendo filha única e uma especialista nos usos da solidão —, minhas observações daquele paraíso em miniatura poderiam se prolongar eternamente.
Naquela época tudo o que eu procurava era o esquecimento, e o procurava naqueles rostos vazios e anônimos, e mesmo no mais dolorosamente familiar, uma espécie de escape benigno. Uma morte que não significasse continuar morta.
Sobre mim havia apenas essa frase enigmática: “O silêncio também é uma forma de violência.” Muito esclarecedor. A palavra “Aniquilação” era seguida por “induzir suicídio imediato”. Todas nós tínhamos sido munidas com botões de autodestruição, mas a única pessoa capaz de apertá-los estava morta.
Foi esta a única coisa que descobri nele depois de seu retorno: uma profunda, interminável solidão, como se ele tivesse recebido um dom e não soubesse como usá-lo. Um presente venenoso, que acabou por matá-lo.
…para partilhar com os vermes que se reúnem nas trevas e povoam o mundo com o poder de suas vidas enquanto nos salões mal-iluminados de outros lugares formas que nunca poderiam existir se contorcem pela impaciência dos poucos que jamais viram ou jamais foram vistos…
De onde jaz o fruto asfixiante que veio da mão do pecador eu trarei as sementes dos mortos para partilhar com os vermes que…