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    Antologia poética

    Por Vinicius de Moraes
    Existem 10 citações disponíveis para Antologia poética

    Sobre

    Antes de se tornar um dos maiores compositores da música popular brasileira, Vinicius já se consagrara como poeta da mais alta qualidade literária - seus versos marcam mais de cinquenta anos da literatura brasileira. A presente antologia é mostra da habilidade poética de Vinicius de Moraes, que soube, entre outras coisas, atualizar o erudito e conceder tratamento culto a temas populares. Com isso, tornou-se um mestre no manejo inteligente e inventivo dos metros e das formas do poema, conquistando a simpatia dos leitores e muitos elogios dos críticos.

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    Citações de Antologia poética

    corpos desfolhados na alvorada Para que surja a ausente e sinta

    A Rosa de Hiroxima Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada

    Aqui jaz o Sol Que criou a aurora E deu a luz ao dia E apascentou a tarde

    Soneto de contrição Eu te amo, Maria, eu te amo tanto Que o meu peito me dói como em doença E quanto mais me seja a dor intensa Mais cresce na minha alma teu encanto. Como a criança que vagueia o canto Ante o mistério da amplidão suspensa Meu coração é um vago de acalanto Berçando versos de saudade imensa. Não é maior o coração que a alma Nem melhor a presença que a saudade Só te amar é divino, e sentir calma… E é uma calma tão feita de humildade Que tão mais te soubesse pertencida Menos seria eterno em tua vida. Rio, 1938.

    Soneto de fidelidade De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa lhe dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure

    A MÚSICA DAS ALMAS   Le mal est dans le monde comme un esclave qui monte l’eau. Claudel     Na manhã infinita as nuvens surgiram como a loucura numa alma E o vento como o instinto desceu os braços das árvores que estrangularam a terra…   Depois veio a claridade, o grande céu, a paz dos campos… Mas nos caminhos todos choravam com os rostos levados para o alto Porque a vida tinha misteriosamente passado na tormenta.

    Eu te amo, Maria, te amo tanto Que o meu peito me dói como em doença E quanto mais me seja a dor intensa Mais cresce na minha alma teu encanto.   Como a criança que vagueia o canto Ante o mistério da amplidão suspensa Meu coração é um vago de acalanto Berçando versos de saudade imensa.   Não é maior o coração que a alma Nem melhor a presença que a saudade Só te amar é divino, e sentir calma…   E é uma calma tão feita de humildade Que tão mais te soubesse pertencida Menos seria eterno em tua vida.

    De nada vale ao homem a pura compreensão de todas as coisas Se ele tem algemas que o impedem de levantar os braços para o alto De nada valem ao homem os bons sentimentos se ele descansa nos sentimentos maus

    SONETO DE FIDELIDADE           De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento.   Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento.   E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama   Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.   Estoril,

    É preciso, é absolutamente preciso Que seja tudo belo e inesperado.

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