Desnecessário apresentar o autor deste ensaio. Uma das figuras mais importantes da nossa cultura, Caetano Veloso é tão múltiplo quanto sua obra. Para além do trabalho musical, ele é antes de tudo um pensador do Brasil. Política, sociologia, arte: nenhum assunto está longe de seu campo de interesse.
Publicado em 1997, como capítulo do livro Verdade tropical, este ensaio-memória remonta o encontro de Caetano com o legado dos modernistas, em especial a obra de Oswald de Andrade.A partir de uma montagem da peça O rei da vela, pelo Teatro Oficina de José Celso Martinez Corrêa, Caetano refaz o trajeto intelectual que culminaria na apropriação do conceito de antropofagia pelos tropicalistas. Ao mesmo tempo, traça um retrato afetivo dessa época de efervescência cultural e política, da qual ele foi um dos principais protagonistas.