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    Editora

    As Benevolentes

    Por Jonathan Littell
    Existem 8 citações disponíveis para As Benevolentes

    Sobre

    "Apaixonante, provocante, este livro é uma revelação literária" ? Le Figaro

    ?É romance extraordinário pelo que existe nele de certo e verdadeiro? ? Mario Vargas Llosa


    Considerado pela crítica um ?novo Guerra e Paz?, As Benevolentes tornou-se, na França, um fenômeno de vendas e já é considerado um clássico da literatura contemporânea. Para se ter idéia da repercussão da obra no país, o autor, Jonathan Littell, chegou a ser comparado a Tolstói pelo jornal Le Monde.

    Profundo e arrebatador, As benevolentes trata dos horrores da Segunda Guerra Mundial sob a ótica do carrasco. São as memórias de Maximilien Aue, jovem alemão de origens francesas que, como oficial nazista, participa de momentos sombrios da recente história mundial: a execução dos judeus, as batalhas no front de Stalingrado, a organização dos campos de concentração, até a derrocada final da Alemanha.

    Mas Aue não tem somente lembranças de guerra. Vivendo anonimamente na França, onde administra uma tecelagem, ele se recorda também de sua deturpada relação com a família. Seu relato compõe um livro impressionante, assombrado tanto por sua fria meticulosidade quanto por seu delírio insano. Através dos olhos de Aue, o leitor é levado a vislumbrar o mal de uma forma jamais imaginada.
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    Citações de As Benevolentes

    Rastejamos por muito tempo nesta terra como uma lagarta, à espera da borboleta esplêndida e diáfana que carregamos dentro de nós. O tempo passa, a ninfose não chega, permanecemos larva, constatação aflitiva, o que fazer?

    Para os russos, como para nós, o homem era irrelevante, a Nação e o Estado eram tudo, e nesse sentido pautávamos nossa imagem por ambos.

    ainda sou dos que acham que as únicas coisas indispensáveis à vida humana são o ar, a comida, a bebida e a excreção, além da busca pela verdade. O resto é facultativo.

    Os filósofos políticos assinalaram freqüentemente que em tempos de guerra o cidadão, macho pelo menos, perde um de seus direitos mais elementares, o de viver,

    Julgo poder concluir como um fato estabelecido pela história moderna que todo mundo, ou quase, num dado conjunto de circunstâncias, faz o que lhe dizem para fazer; e, me desculpem, há poucas chances de vocês serem a exceção, assim como eu.

    Por que estava tudo tão branco? A estepe nunca estivera tão branca. Eu descansava numa superfície de brancura. Talvez houvesse nevado, talvez eu jazesse como um soldado abatido, um estandarte deitado na neve. Em todo caso, não sentia frio. Verdade seja dita, difícil julgar, sentia-me completamente dissociado do meu corpo. De longe, tentava identificar uma situação concreta: na minha boca, um gosto de lama. Mas aquela boca flutuava ali, sem sequer um maxilar para sustentá-la. Quanto ao meu peito, parecia esmagado sob toneladas de pedra; eu as procurava com os olhos, mas percebê-las, impossível. Decididamente, pensei, estou em maus lençóis. Coitado do meu corpo. Queria me apertar em cima dele, como nos apertamos com uma criança querida, à noite, no frio. Naquelas regiões brancas, sem fim, uma bola de fogo rodopiava, agredia o meu olhar. Estranhamente, porém, suas chamas não imprimiam calor à alvura. Impossível fixá-la, impossível esquivar-se dela também, ela me perseguia com sua presença desagradável. O pânico me dominava; e se nunca mais encontrasse os meus pés, como controlá-lo? Como tudo aquilo era difícil! Quanto tempo passei desse jeito? Não saberia dizê-lo, no mínimo um ano gravídico. Isso me dava tempo para observar as coisas e foi assim que lentamente constatei que todo aquele branco não era uniforme; havia gradações, nenhuma provavelmente mereceria a denominação de cinza-claro, mas variações, de toda forma; para descrevê-las, teria sido preciso um novo vocabulário, tão sutil e preciso quanto o dos esquimós para descrever os aspectos da neve.

    pouco a pouco o significado havia deslizado para o abismo, mas sem que o significante, por sua vez, mudasse, e era quase como se esse sentido definitivo tivesse sempre vivido no coração da palavra e a coisa tivesse sido atraída, abocanhada por ele, pelo seu peso e sua opressão desmesurada, nesse buraco negro do espírito, até a singularidade: e então transpuséssemos o horizonte de eventos a partir do qual não existe mais volta. Ainda se acredita nas idéias, nos conceitos, acredita-se que as palavras designam idéias, mas isso não é obrigatoriamente verdade, talvez não haja efetivamente idéias, talvez não haja realmente senão palavras, e o peso próprio das palavras. E assim talvez tivéssemos nos deixado arrastar por uma palavra e sua inevitabilidade.

    Naquelas regiões brancas, sem fim, uma bola de fogo rodopiava, agredia o meu olhar. Estranhamente, porém, suas chamas não imprimiam calor à alvura. Impossível fixá-la, impossível esquivar-se dela também, ela me perseguia com sua presença desagradável. O pânico me dominava; e se nunca mais encontrasse os meus pés, como controlá-lo? Como tudo aquilo era difícil! Quanto tempo passei desse jeito? Não saberia dizê-lo, no mínimo um ano gravídico. Isso me dava tempo para observar as coisas e foi assim que lentamente constatei que todo aquele branco não era uniforme; havia gradações, nenhuma provavelmente mereceria a denominação de cinza-claro, mas variações, de toda forma; para descrevê-las, teria sido preciso um novo vocabulário, tão sutil e preciso quanto o dos esquimós para descrever os aspectos da neve.

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